Apesar de ser uma doença razoavelmente discutida até mesmo em novelas, como em “Caminho das Índias”, da TV Globo, em 2009, com o personagem interpretado pelo ator Bruno Gagliasso, a esquizofrenia ainda é uma doença ainda pouco conhecida pelo grande público. “É uma desordem mental, classificada como transtorno psicótico e atinge apenas 1% da população mundial”, afirma a psiquiatra Ana Cláudia Vasconcellos. A médica explica como surge a doença, os principais sintomas, seus graus e se existe cura.
A esquizofrenia tem cura? Como tratá-la?
A cura da esquizofrenia ainda não é uma realidade, mas o tratamento é capaz de reduzir os sintomas. “No presente, o tratamento apenas controla a doença. Ainda não podemos falar em cura, como na maioria das doenças crônicas”, afirma a médica, defendendo também que o tratamento com os medicamentos corretos é o ponto crucial da melhora do quadro do indivíduo. “Normalmente, administramos ansiolíticos (que tratam a ansiedade) unidos a antipsicóticos (vão induzir o sono e controlar as paranoias). Eles são usados com o objetivo de remissão de alguns sintomas ou, pelo menos, a melhora destes com o objetivo de dar maior qualidade de vida ao paciente”.
Como surge a doença?
De acordo com a médica, a esquizofrenia surge mais comumente no final da adolescência, início da idade adulta. “Não se sabe ainda o motivo que gera o aparecimento dela, mas há um componente genético e fatores externos, como uso de drogas, que criam a abertura do quadro em pessoas predispostas”, explica.
Principais sintomas da esquizofrenia
Os sintomas podem demorar a aparecer, podendo durar meses ou anos até que eles se mostrem por completo. “Os mais comuns são: perda de motivação; dificuldade de relacionamento; diminuição da capacidade de atenção e de realizar funções básicas do dia a dia; ansiedade; pensamentos ilusórios; alucinações auditivas; apatia e isolamento social”, lista.
Existem graus da doença?
Ana Cláudia afirma que existem 6 tipos de esquizofrenia: simples, paranoide, desorganizada, catatônica, não diferenciada e residual. “A mais comum é a paranoide, na qual o indivíduo tem ataques de fúria, ansiedade, depressão e a paranoia de que as pessoas ao redor querem lhe fazer mal”, explica.