A distimia é um quadro muito semelhante à depressão, tendo em vista que apresenta os mesmos sintomas. As únicas diferenças são a intensidade e a duração: na distimia os sintomas são mais brandos do que na depressão; o período de manifestação desses sintomas é maior na distimia.
“A distimia, também denominada de transtorno depressivo persistente, consiste em um quadro psicopatológico que apresenta os mesmos sintomas de um quadro depressivo. O que vai diferenciar tal quadro de uma depressão será o tempo. Em dois anos de distimia (um ano para crianças ou adolescentes), é exigido que o indivíduo não tenha passado 2 meses sem sintomas”, informa a psiquiatra Ana Cláudia Ducati.
Distimia pode evoluir para depressão
Assim como na depressão, o indivíduo com distimia apresenta humor deprimido na maior parte do tempo, além de alterações de apetite e padrão de sono; baixa energia ou fadiga; baixa auto estima; pouca concentração e sentimento de desesperança. Como a intensidade dos sintomas é menor na distimia, os pacientes não têm problemas para realizar suas atividades normais, por mais que tenham uma qualidade de vida mais baixa.
Mesmo os sintomas da distimia sendo mais brandos, é preciso ter atenção com o quadro, pois ele pode desenvolver para uma depressão de fato. Inclusive, as estatísticas apontam que em 90% dos casos de distimia ocorre evolução para depressão, com agravamento dos sintomas e da qualidade de vida do paciente.
Tratamento da distimia e depressão
Tendo em vista que os sintomas de distimia e depressão são os mesmos, apenas variando a intensidade, o tratamento recomendado também é igual. Portanto, antidepressivos e psicoterapia são essenciais. “Como a distimia consiste na cronicidade do quadro depressivo, é possível que com tratamento adequado o indivíduo consiga se manter sem sintomas depressivos por um período maior que dois meses”, completa Ana.
Dra. Ana Claudia Ducati Dabronzo é psiquiatra geral e da infância e adolescência, formada pela Universidade de São Paulo (USP). CRM: 150.562
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