Pouco conhecida, a distimia é mais comum do que parece e atinge uma boa parte da população que nem faz ideia que ela está presente. Essa depressão leve é muitas vezes confundida com um temperamento difícil, mas não se engane: como ela tem a tendência de se arrastar por anos, pode trazer muitos prejuízos para a vida de quem está com o problema. A psicóloga Mariza Povoas explica quando desconfiar quando o mau humor já passou da conta e precisa ser avaliado por um profissional.
Conheça os sintomas mais comuns de quem tem distimia
Segundo a psicóloga, os sintomas da distimia são os mesmos da depressão maior, mas em menor número, menos intensos e mais duradouros. “Os sintomas vêm e vão ao longo de anos com mudança de intensidade, mas para que seja caracterizado distimia é necessário que eles permaneçam por um longo período”, diz a profissional, que cita alguns indícios para ficar de olho:
– Irritabilidade
– Constante baixa autoestima
– Um humor ruim durante quase o dia todo
– Senso exagerado de autocrítica
– Isolamento social
– Anedonia (falta de prazer) na maior parte das atividades
– Uma enorme tristeza, fora da normalidade e constante
– Mudança de peso (ganho ou perda de peso no espaço de um mês)
– Perda ou aumento de apetite
– Insônia ou excesso de sono na maior parte do dia e em todos os dias
– Dificuldade de concentração
– Pensamentos destrutivos com ideação suicida
Doença ainda é pouco diagnosticada por falta de informação
Como alguns dos principais sintomas da distimia (irritabilidade, mau humor e baixa autoestima) não deixam a pessoa facilmente incapacitada, é comum o diagnóstico de distimia demorar muito para chegar ou, às vezes, nem vir. “O diagnóstico nem sempre é estabelecido com facilidade. Isso porque esses pacientes continuam tocando a vida e, na maior parte das vezes são vistos como pessoas difíceis, com dificuldade de relacionamentos, o típico mal-humorado”, esclarece a psicóloga.
Segundo Povoas, a falta de diagnóstico pode ser perigosa para quem vive com a distimia porque a doença traz transtornos reais para o paciente. “É preciso investigar até que ponto o humor dessa pessoa pode estar comprometido, atrapalhando suas relações pessoais, familiares e sociais, inclusive no ambiente de trabalho. Cabe citar que essas pessoas tendem a ter muitas faltas no trabalho”, revela a profissional.
Tratamento da distimia é feito por remédios, terapia, apoio familiar e exercícios
Como qualquer doença, a distimia também tem um tratamento a ser seguido e que precisa ser levado a sério: “O tratamento deve ser realizado com medicamentos antidepressivos prescritos por psiquiatra e por terapia com psicólogo. Essa segunda parte vai possibilitar ao paciente uma reeducação de padrões de comportamento, treinamento de assertividade e controle de estresse”, diz a profissional. Além dessas medidas indispensáveis de consultório, Povoas ainda aconselha pedir a ajuda dos familiares e não esquecer de praticar atividade física. “O transtorno distímico não pode ser tratado por conta própria”, diz.