O aumento do número de idosos no Brasil nos últimos anos trouxe uma série de desafios quanto ao diagnóstico e ao tratamento de problemas de saúde típicos da terceira idade, como é o caso do mal de Alzheimer. Dar a devida atenção à doença, que tem a perda de memória como uma de suas principais características, pode ajudar a identificar fatores de risco precocemente e, assim, atrasar seu desenvolvimento.
Pacientes obesos e hipertensos são mais suscetíveis a ter Alzheimer
“Os principais fatores de risco modificáveis da doença de Alzheimer são diabetes, hipertensão, obesidade, sedentarismo, inatividade intelectual, depressão, tabagismo e baixa escolaridade”, afirma o geriatra Ricardo Komatsu. Estes fatores de risco não apenas favorecem os sintomas do mal de Alzheimer, mas contribuem também para uma baixa qualidade de vida.
A obesidade, a hipertensão e o diabetes, por exemplo, são doenças que geram diversos riscos à saúde e devem ser combatidas, em associação a outras ações citadas pelo especialista: “Os seis pilares da saúde cerebral são atividade física regular, dieta saudável, acompanhamento médico, sono repousante, atividades intelectuais e interação social”.
Dedicação aos estudos pode atrasar sintomas do Alzheimer
Como a alimentação também influencia no surgimento do problema, é essencial ter cuidado não apenas com a qualidade, mas com a quantidade de alimentos consumidos ao longo da vida. Outra atitude que ajuda a atrasar o surgimento do Alzheimer é dedicar-se aos estudos, à leitura e a atividades que estimulam os neurônios o quanto antes. De acordo com um estudo em Roterdã, na Holanda, em andamento desde a década de 1990 em pessoas idosas, a eliminação desses fatores de risco levaria a uma redução de 30% na incidência de demência.
A genética também exerce seu papel no desenvolvimento do problema. “A apolipoproteína E4 é o principal fator de risco genético para o Alzheimer, uma vez que interfere na remoção da proteína beta-amiloide (Aß) do cérebro”, informa Komatsu. O acúmulo da beta-amiloide forma placas que interferem nas atividades dos neurônios e contribuem para a doença. No entanto, o geriatra explica que, na prática clínica, o foco é o combate dos fatores de risco modificáveis.
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