Após a ocorrência de um primeiro infarto, estima-se que as chances de um segundo acontecer nos 10 anos seguintes aumentam em até 30%. Esse dado evidencia o quão destrutivo é um infarto para o músculo cardíaco e reforça a importância de evitar tal episódio a todo custo. Mas o que, exatamente, o primeiro infarto faz com o coração?
Após um infarto, parte das células cardíacas morrem, um processo seguido pela cicatrização do músculo cardíaco. Na sequência, este passa por um processo chamado fibrose muscular, que pode prejudicar a elasticidade do músculo, diminuindo sua capacidade de bombear sangue. Com essa função prejudicada, o coração pode não conseguir suprir demandas mais altas de oxigênio do organismo, o que pode resultar em cansaço excessivo do indivíduo mediante esforços. Deve-se considerar também que o indivíduo que já teve um infarto é portador de doença arterial coronariana estabelecida, a qual pode afetar outras artérias responsáveis pela irrigação de outras regiões do coração.
Seguir o tratamento medicamentoso é essencial para evitar um segundo infarto
Contudo, se o paciente seguir adequadamente o tratamento, terá boas chances de evitar a ocorrência de um novo infarto. “Para quem já sofreu um infarto, é de fundamental importância tomar os vários medicamentos prescritos pelo cardiologista, pois eles diminuem a chance de recorrência. Cada medicamento possui um papel na prevenção secundária de novos infartos e de insuficiência cardíaca”, afirma o cardiologista Gabriel Dotta.
Manter a medicação, ainda segundo o especialista, também ajuda a evitar derrame e a possibilidade de estacionar e até mesmo regredir a aterosclerose. “Essa doença crônica, que assola milhões de pessoas no mundo todo, especialmente no Brasil, não tem cura, mas há como se prevenir. A melhor forma de fazer isso é consultar um médico periodicamente e submeter-se aos exames solicitados”.
Melhorar a dieta também ajuda a prevenir um segundo infarto
A alimentação também é fundamental no tratamento da saúde cardiovascular de um indivíduo que já sofreu infarto, bem como na prevenção de um segundo episódio. “As dietas mais aceitas são as que substituem gorduras saturadas por mono ou poli-insaturadas, excluem ácidos graxos trans e que são ricas em frutas e verduras. Devemos também buscar alimentos ricos em ômega 3, reduzir o consumo de açúcares simples, carboidratos e não consumir bebida alcoólica em excesso”, recomenda Dotta.
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