A automedicação, definida com o hábito de usar medicamentos por conta própria sem consultar um médico, é um hábito comum entre os brasileiros e tem aumentado devido à intensificação do uso das redes sociais. Decidir tomar um analgésico para dor de cabeça ou um anti-histamínico para sem acompanhamento de um profissional não é encarado como um problema entre as pessoas. O hábito de se automedicar, inclusive, é uma atitude muito comum entre hipocondríacos por conta do medo constante de adoecer.
Mas a verdade é que a automedicação, quando se torna algo frequente, acaba se transformando em um grande perigo para a saúde, podendo afetar até mesmo a longevidade. Isso porque os medicamentos normalmente usados para tratar algum sintoma podem mascarar uma doença, que muitas vezes, pode começar pequena e se tornar grave com o tempo. Para alertar sobre os riscos e como evitar a automedicação, o Cuidados Pela Vida conversou com o clínico geral Roberto Debski. Veja o que ele disse sobre o assunto!
O que é a automedicação?
Num primeiro momento, a automedicação pode até parecer um ato inofensivo, mas é capaz de prejudicar a saúde no futuro. Em alguns casos, tomar remédios por conta própria, sem consultar um especialista, não causa problemas. Ao sentir uma dor de cabeça por conta de um dia cansativo, por exemplo, está tudo bem usar um analgésico. A grande questão é quando esse incômodo começa a se tornar frequente e, em vez de procurar um médico, o paciente continua usando o medicamento como uma forma rápida de se livrar da dor. Outro problema é tomar remédios que precisam de receitas sem indicação médica, como é o caso de antibióticos.
De acordo com Dr. Roberto, essa atitude é um verdadeiro risco para a saúde e o bem-estar de muita gente: “Se já sabemos que a iatrogenia – prejuízo causado pelas medicações prescritas por médicos – é um dos maiores fatores de adoecimento no mundo, o que pensar das pessoas que se automedicam? Quantos prejuízos à saúde podem sofrer as pessoas que imaginam estar sendo tratadas quando, na realidade, estão se colocando mais em risco do que imaginam?”.
O que é uma pessoa hipocondríaca?
Um hipocondríaco é aquela pessoa que tem uma grande preocupação com a saúde e pensa estar muito doente sempre, mesmo diante de sintomas simples, como espirros e tosse. Muitas vezes, ele faz a automedicação por não confiar na palavra de um especialista. É importante que essa pessoa procure ajuda psicológica para tratar essa condição e interromper o hábito de tomar remédios por conta própria.
O clínico geral alerta que a forma mais segura de usar fármacos é somente tomá-los depois de receber orientações médicas: “Assim, conseguimos saber quais medicamentos e quais doses são indicados para você especificamente, levando em conta seu histórico médico, condições de saúde, metabolismo, dados antropométricos, diagnóstico, protocolos e prognóstico”.
Por que a automedicação é tão comum?
A automedicação é a maneira mais rápida e acessível para se livrar de um problema temporário, como dor, resfriado, gastrite, alergia ou qualquer outro sintoma de saúde aparentemente simples de ser resolvido. Muita gente acredita que é melhor ir à farmácia ou manter uma caixinha com alguns remédios em casa para o dia a dia e tomar alguma medicação ao se sentir mal do que ir ao consultório médico ou a um pronto-socorro para descobrir a causa dos seus sintomas. Muitas pessoas não entendem os riscos que a automedicação pode provocar e, querendo resolver logo um incômodo de saúde, põem o próprio corpo em risco e, às vezes, até mesmo oferecem remédios para outros.
Médico explica quais são os riscos da automedicação
Dr. Roberto volta a destacar os perigos desse hábito: “Um medicamento que não foi prescrito pode fazer muito mais mal do que bem devido ao risco de ser inadequado, estar numa dose errada, não ser indicado para a doença em questão ou ter contraindicações para aquele paciente.” O clínico geral detalha alguns malefícios da automedicação:
- Tratar somente os sintomas e encobrir a causa ou a verdadeira doença. Um exemplo bem corriqueiro é encobrir um tumor ao usar remédios para a dor;
- tomar uma dose ou um tipo de medicamento que seja prejudicial àquela pessoa;
- ser contraindicada causando mais agravos à saúde;
- gerar efeitos colaterais, como ataque cardíaco, por exemplo;
- adiar a procura por um médico, aumentando a gravidade de um problema que antes era simples;
- causar intoxicação por excesso de medicamentos;
- trazer uma falsa sensação de segurança de estar se tratando quando não se está.
Por isso, lembre-se: tudo bem tomar medicamentos para sintomas pontuais e isolados, mas, caso a dor ou qualquer outro sintoma que afete sua saúde seja constante ou seja muito preocupante, procure um médico para receber um diagnóstico completo e preciso. O mesmo alerta vale para quando o remédio precisar de receita médica. Cuide sempre de sua saúde para viver bem!