A xícara de café é presença garantida na mesa do café da manhã de muitos brasileiros. Não somente pelo gosto da bebida, mas também pelo efeito que causa no organismo. Algumas pessoas costumam consumi-la diariamente para perder o sono e ter mais disposição para trabalhar e estudar. O que provoca esse efeito é uma das principais substâncias do café, a cafeína.
Como a cafeína atua na mente
A cafeína é uma substância considerada psicoestimulante. Isso significa que ela possui propriedades que estimulam a atividade cerebral, aumentando o estado de vigília e alerta e levando a um estado de agitação, dependendo da dose de café ingerida e da tolerância de cada pessoa.
Segundo o psiquiatra Alexandre Pinto de Azevedo, o sono não é afetado pelo consumo de cafeína, desde que certos limites sejam respeitados. “Considerando a tolerância individual, a ingestão da substância em até quatro horas antes do início do sono não costuma afetá-lo, exceto em quem é sensível à cafeína e nos portadores de insônia”, explica o profissional.
Os prejuízos do exagero de café
Em determinadas quantidades, é possível até mesmo esperar efeitos benéficos ao cérebro. “Mas, por se tratar de um psicoestimulante, o consumo em excesso pode levar a consequências indesejadas, como cefaleia, tremores, irritabilidade, picos hipertensivos e arritmia cardíaca”, afirma Azevedo. O médico acredita que a ingestão de 400ml da cafeína por dia é considerado seguro para adultos.
Existem ainda outras substâncias psicoestimulantes que provocam efeitos semelhantes, como o guaraná e a nicotina. A cafeína apresenta potencial para provocar dependência. No entanto, para que haja efeitos tóxicos, são necessárias grandes doses de cafeína que não são facilmente encontradas em bebidas.
Dr. Alexandre Pinto de Azevedo é psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. CRM-SP: 101604