O sistema imunológico é essencial para que o organismo consiga se defender da ação de agentes nocivos à saúde. Portanto, quando ele é comprometido deve-se redobrar a atenção para os riscos, ainda mais porque diversos fatores contribuem para uma baixa na imunidade. Má alimentação, falta de cuidados com a higiene, estresse, consumo de drogas e bebida alcoólica e mudanças climáticas são alguns deles.
Precauções com as mudanças climáticas
As mudanças climáticas, em particular, são perigosas para o sistema imunológico pois propiciam a manifestação de diversos agentes infecciosos virais causadores de infecções respiratórias. Segundo o infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, estudos apontam que a mudança de temperatura ou amplitude climática aumenta o risco de doenças pulmonares e cardíacas e óbito em crianças ou idosos.
Para o médico, as melhores formas de evitar a baixa imunidade em períodos de mudança climática são: se alimentar e hidratar bem; manter uma boa umidificação das vias respiratórias e o corpo aquecido; ter boas noites de sono e uma rotina de limpeza para evitar a proliferação de agentes deflagradores (mofo, por exemplo); permitir que o ar circule em ambientes fechados e se vacinar contra a gripe.
Álcool, cigarro e estresse
O álcool e o cigarro também são inibidores da resposta imunológica do organismo. Ambos propiciam o surgimento de infecções, tais como as respiratórias, que são bastante comuns. Seu consumo em excesso, principalmente o do álcool, dificulta o reconhecimento imediato de microrganismos invasores, como vírus e bactérias, deixando o corpo vulnerável às complicações decorrentes. Por isso mesmo tais práticas devem ser evitadas.
Outro fator que atua neste contexto é o estresse. Ele afeta o sistema imunológico e torna o corpo mais suscetível a doenças, o que em parte se deve à exposição crônica ao excesso de cortisol e adrenalina, mediadores reconhecidamente ligados ao estresse e que inibem as células do sistema imune. Para evitar este quadro, é recomendado o acompanhamento psicoterápico, seguido de sugestões de mudanças de hábitos, como dormir bem, se alimentar de forma equilibrada e fazer atividades físicas.
Doenças que se aproveitam da imunidade baixa
O grande problema de um sistema imunológico enfraquecido é que isso facilita a entrada de uma série de doenças. Vírus, bactérias, fungos e parasitas costumam causar infecções. Doenças autoimunes como lúpus, vitiligo e psoríase também são muito comuns. Herpes, amigdalites, gripes, bronquiolite, infecções na pele, queda de cabelo e unhas fracas são outros indicativos desta fragilidade.
Algumas pessoas são mais suscetíveis ao surgimento dessas doenças que se aproveitam da imunidade baixa, em função da predisposição genética. “Há indivíduos que apresentam doenças do sistema imune que são determinadas geneticamente e que se manifestam, em geral nas crianças, mas que podem começar suas manifestações nos adultos”, explica a alergista Ekaterini Goudouris.
Práticas para aumentar a imunidade
Para evitar todas essas complicações relacionadas à baixa imunidade e elevar a defesa do organismo, é fundamental seguir um estilo de vida saudável. Para isso, torna-se necessário adotar alguns hábitos, tais como manter uma dieta balanceada, repleta de frutas e vegetais, praticar exercícios físicos regularmente em intensidade moderada e ter sempre boas noites de sono, variando entre seis e nove horas.
A exposição ao sol também é essencial pois isso possibilita a produção de vitamina D, peça vital para o bom funcionamento do sistema imunológico. No entanto, é bom não abusar, pois o excesso pode trazer problemas ao corpo. “A exposição deve ser moderada, já que se prolongada, é possível haver danos às células e inflamações capazes de prejudicar o sistema imunológico”, alerta a imunologista Érica Azevedo. Neste sentido, a médica recomenda tomar banho de sol antes das 10h e depois das 16h.
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