O enjoo é um dos sintomas mais característicos da gravidez, especialmente em sua fase inicial. Presente em 70 a 80% das mulheres no primeiro trimestre da gestação, esse sintoma costuma se manifestar principalmente durante a manhã. Os enjoos da gravidez normalmente surgem na 5ª ou 6ª semanas, durando, geralmente, até a 12ª semana. Mas por que eles são tão comuns?
Fatores que explicam o enjoo na gravidez
De acordo com a ginecologista Denise Muniz, as rápidas alterações hormonais do início da gravidez (estrogênio, progesterona e HCG) desempenham um papel importante no quadro. “Quanto mais alto os níveis do hormônio HCG, principalmente, maior a incidência de náuseas durante a gravidez”, aponta a especialista.
Segundo a médica, outro fator que favorece o aparecimento das náuseas é o fato das mulheres grávidas apresentam um “estômago preguiçoso”, que demora a se esvaziar. Isso provoca também uma sensação de saciedade precoce, impedindo a ingestão de grandes quantidades de alimento. “A gestante sente-se ‘empanturrada’ com muita facilidade”, complementa.
Modos de controlar o enjoo e mitos das náuseas e vômitos na gravidez
Ainda conforme a ginecologista, os enjoos não necessitam de medicamentos para serem controlados, na maioria dos casos. Com apenas algumas alterações na dieta e nos hábitos cotidianos, é possível minimizar o desconforto. “Evitar grandes refeições; procurar se alimentar antes de começar a sentir fome; não deitar logo após comer; evitar cheiros fortes, calor, umidade, barulho e estar em movimento (andar de carro ou avião), são alguns cuidados interessantes para evitar o enjoo”, recomenda Denise.
Caso as náuseas não melhorem de jeito nenhum com essas medidas, a médica indica o uso de alguns medicamentos para controlá-las, tais como antieméticos e sedativos, que devem ser recomendados caso a caso por um médico. “É importante lembrar ainda que existem alguns mitos em torno das náuseas e vômitos na gravidez, os quais devem ser pontuados. Os vômitos comuns não prejudicam o feto, exceto em casos de hiperemese (náuseas intensas) que cursam com distúrbios hidroeletrolíticos e desidratação. Além disso, a ausência do enjoo nao significa que a gravidez não vai bem”, completa a especialista.
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