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    Ficar sozinho pode fazer bem a um paciente com depressão?

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    A depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comentados nos últimos anos e tem diversas mudanças comportamentais como sintomas, que variam desde a tristeza até irritabilidade e perda ou aumento de peso. Mesmo com debates cada vez mais frequentes e com a divulgação de informações sobre a doença, o problema ainda gera dúvidas e é alvo de estigmas.

    O isolamento muitas vezes ajuda o indivíduo com depressão a se sentir melhor


    Ao falar sobre a doença, algumas pessoas acreditam que o isolamento certamente agravaria um quadro de depressão. Segundo o psiquiatra Diego Freitas Tavares, a situação é diferente: “O isolamento é um dos sintomas do distúrbio e não agrava o quadro. É uma maneira que o depressivo encontra de se sentir seguro e melhor”.

    Existe a crença de que um paciente com depressão precisa estar rodeado de pessoas para melhorar ou ainda que ficará triste ao ficar sozinho, o que não é verdade, segundo o médico. O depressivo muitas vezes se isola porque a presença de outras pessoas ou a permanência em ambientes públicos e cheios incomodam-no intensamente.
    A vontade de se resguardar e ficar só deve ser respeitada pela família e pelos amigos, sem cobrança ou julgamento. “É como se alguém que tivesse feito uma cirurgia nas vistas fosse obrigado a ser exposto a ambientes luminosos. Nesses casos, os familiares perceberiam que o ambiente prejudicaria, mas quando se trata da depressão, ainda há muitas ideias equivocadas sobre o que faz a pessoa melhorar”, compara o psiquiatra.
    Realizar mudanças na vida e no ambiente em que o depressivo vive pode até melhorar os sintomas, mas não reverte o quadro como um todo. A depressão não é uma tristeza que demanda esforços familiares para animar o paciente. É um quadro emocional que precisa de tratamento especializado. O suporte de familiares e amigos também é importante, mas julgamentos, cobranças, e ironias podem piorar a depressão.

    Quando pensar em depressão?

     

    Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades:

    – Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas;

    – Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente;

    – Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas;

    – Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar);

    – Alteração do sono: excesso de sono ou insônia;

    – Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas;

    – Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado;

    – Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória;

    – Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio.

    Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

    Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica!

    Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente.

    Foto: Shutterstock

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