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Dr. Diego Freitas Tavares

Psiquiatria

Biografia

Dr. Diego Freitas Tavares é médico psiquiatra e especialista em transtornos do humor. Formado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), fez residência médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP) e obteve o título de especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Atualmente, é doutorando em Medicina pelo IPq-HCFMUSP, coordenador do Ambulatório Integrado de Bipolares (AIBIP) do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA-IPq-HCFMUSP), coordenador do Programa de Transtornos Afetivos da Faculdade de Medicina do ABC (PROTAB- FMABC) e pesquisador do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação e Estimulação Magnética Transcraniana (SIN-EMT-IPq-HCFMUSP).

Artigos

É possível minimizar os impactos da depressão no trabalho e estudos?

A depressão é uma doença psiquiátrica complexa e que provoca tanto sintomas psicológicos quanto físicos. Tristeza, angústia, desinteresse, irritação, dificuldades de concentração e até desejos suicidas estão entre os sintomas psicológicos, enquanto dores em várias partes do corpo, mudanças no peso e no sono estão entre os físicos. O paciente deve se afastar das responsabilidades para tratar a depressão Todas essas alterações geram impactos no convívio com outras pessoas, no desempenho no trabalho e nos estudos e atrapalha todas as esferas da vida. A melhor atitude a tomar é se afastar temporariamente desses compromissos. “O afastamento do trabalho e das atividades sociais ajuda alguém que está se recuperando porque evita julgamentos, evita que o indivíduo se sinta culpado por estar sendo um fardo e evita que a pessoa se sinta mal por estar incapacitada”, afirma o psiquiatra Diego Freitas Tavares. O afastamento do trabalho e dos estudos também permite que o depressivo fique longe de elementos estressores, como cobranças e prazos, que possam ter servido como gatilho para o desenvolvimento da doença e que sejam capazes piorar o quadro. Resultados positivos no retorno ao trabalho ajudam a consolidar o tratamento De acordo com o médico, para minimizar os impactos nos compromissos, o paciente com depressão somente deve retomá-los quando já estiver bem: “A melhor maneira é só voltar ao trabalho e aos estudos quando estiver recuperado. Assim, se sentirá cada vez mais motivado com os resultados positivos e o retorno da confiança e da autoestima serão fatores auxiliares neste processo”. Ao longo do tratamento da depressão, família e amigos devem adotar uma postura de suporte, fornecendo ajuda quando o paciente pedir ou ao perceberem que ele está se desorganizando ou se descuidando das atividades diárias. É preciso evitar ao máximo emitir opiniões ou incentivar melhorias. “Ao receber esses incentivos, o paciente pode se sentir culpado ou frustrado por não estar melhorando. O efeito, em vez de ser benéfico, pode se tornar prejudicial”, explica Tavares. Foto: Shutterstock

Ficar sozinho pode fazer bem a um paciente com depressão?

A depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comentados nos últimos anos e tem diversas mudanças comportamentais como sintomas, que variam desde a tristeza até irritabilidade e perda ou aumento de peso. Mesmo com debates cada vez mais frequentes e com a divulgação de informações sobre a doença, o problema ainda gera dúvidas e é alvo de estigmas. O isolamento muitas vezes ajuda o indivíduo com depressão a se sentir melhor Ao falar sobre a doença, algumas pessoas acreditam que o isolamento certamente agravaria um quadro de depressão. Segundo o psiquiatra Diego Freitas Tavares, a situação é diferente: “O isolamento é um dos sintomas do distúrbio e não agrava o quadro. É uma maneira que o depressivo encontra de se sentir seguro e melhor”. Existe a crença de que um paciente com depressão precisa estar rodeado de pessoas para melhorar ou ainda que ficará triste ao ficar sozinho, o que não é verdade, segundo o médico. O depressivo muitas vezes se isola porque a presença de outras pessoas ou a permanência em ambientes públicos e cheios incomodam-no intensamente. A vontade de se resguardar e ficar só deve ser respeitada pela família e pelos amigos, sem cobrança ou julgamento. “É como se alguém que tivesse feito uma cirurgia nas vistas fosse obrigado a ser exposto a ambientes luminosos. Nesses casos, os familiares perceberiam que o ambiente prejudicaria, mas quando se trata da depressão, ainda há muitas ideias equivocadas sobre o que faz a pessoa melhorar”, compara o psiquiatra. Realizar mudanças na vida e no ambiente em que o depressivo vive pode até melhorar os sintomas, mas não reverte o quadro como um todo. A depressão não é uma tristeza que demanda esforços familiares para animar o paciente. É um quadro emocional que precisa de tratamento especializado. O suporte de familiares e amigos também é importante, mas julgamentos, cobranças, e ironias podem piorar a depressão. Quando pensar em depressão? Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades: – Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas; – Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente; – Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas; – Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar); – Alteração do sono: excesso de sono ou insônia; – Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas; – Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado; – Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória; – Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio. Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica! Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente. Foto: Shutterstock

Quais são os primeiros sintomas do transtorno bipolar?

O transtorno bipolar não é uma simples mudança de humor, como algumas pessoas acreditam. É na verdade um problema psiquiátrico complexo em que se destacam oscilações entre estados depressivos e estados de ativação, que podem se manifestar como elevação do humor ou euforia, mas também com humor irritado agressivo. Alguns pacientes podem apresentar alterações do humor menos marcantes e oscilações mais evidentes nos níveis de energia, com períodos de prostração e outros de maior vitalidade e energia. O transtorno costuma se manifestar ao fim da adolescência A bipolaridade atinge igualmente os dois sexos e pode surgir até mesmo na infância. “A doença tem início precoce, com média de aparecimento dos sintomas, mesmo que depressão e agitação leves, em torno dos 18 anos de idade, mas podendo começar já na infância em alguns casos”, afirma o psiquiatra Diego Tavares. O sintoma mais característico é a mudança do humor para cima, as manias e hipomanias, para o humor para baixo, a depressão. “Na mania, a energia física aumenta, os pensamentos ficam acelerados e o humor se torna expansivo, mas geralmente irritável. Os sentimentos são positivos com sensação de bem-estar, liberdade e inteligência”, afirma o médico. No entanto, o indivíduo pode se tornar impulsivo e psicótico e ter alucinações e delírios. Já a hipomania, segundo Tavares, é um dos diagnósticos mais difíceis na Psiquiatria porque pode ser efêmera e ser confundida com períodos de bem-estar. Os sintomas são os mesmos da mania, mas são menos graves e não há presença de sintomas psicóticos. A depressão, por sua vez, é caracterizada por um estado de tristeza profunda e apatia, além da perda de vontade de realizar atividades e de se relacionar com outras pessoas. Tratamento para transtorno bipolar é feito com terapia e medicação A realização do tratamento do transtorno é muito importante não apenas na fase aguda, como também ao longo de toda a vida. “O transtorno bipolar é crônico. Depois do diagnóstico, o paciente necessitará do tratamento para a vida toda, já que a chance de um novo episódio de mudança de humor sem tratamento é de quase 100%”, alerta o psiquiatra. O combate ao transtorno bipolar se baseia no uso de estabilizadores de humor, como medicamentos anticonvulsivantes e antipsicóticos. Na abordagem terapêutica, é preciso levar em conta o impacto psicossocial da doença e a necessidade de psicoeducação para promover a adesão ao tratamento. QUANDO PENSAR EM DEPRESSÃO? Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades: -Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas; -Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente; -Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas; -Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar); -Alteração do sono: excesso de sono ou insônia; -Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas; -Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado; -Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória; -Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio. Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica! Foto: Shutterstock

Por que a maconha pode desencadear um quadro de esquizofrenia?

A maconha é uma substância que possui receptores em várias áreas do cérebro e por isso pode influenciar no desenvolvimento de transtornos psicológicos como a esquizofrenia, quando utilizada. No entanto, isso tende a ocorrer mais nos indivíduos que já possuem uma predisposição biológica para alteração de funções em determinadas áreas do cérebro. “O uso de maconha não desencadeia apenas psicoses como a esquizofrenia. Também pode provocar em jovens o transtorno bipolar e síndrome do pânico, além da depressão. Tudo depende de quais sistemas forem alterados pela substâncias e a predisposição individual do paciente”, explica o psiquiatra Diego Tavares. Não há como uma pessoa saber se o uso de maconha irá lhe provocar esquizofrenia Segundo o médico, não existe uma quantidade mínima de maconha que seja segura para psicoses. Alguns pacientes, mesmo com apenas um uso eventual, mas com a droga em elevada concentração de canabinoides, podem apresentar alterações no sistema nervoso, com ocorrência dos sintomas de esquizofrenia. Por outro lado, sabe-se que aqueles com baixo risco para a esquizofrenia só desenvolvem suas alterações após um uso prolongado da maconha. “Não há como prever o risco individual para o aparecimento do quadro em uma pessoa. Não existem exames genéticos ou funcionais até o momento que permitam predizer quais pacientes podem ou não se expôr à droga”. Maconha pode gerar quadro transitório com sintomas de esquizofrenia O especialista informa ainda que a maconha pode produzir um quadro psicótico transitório, que não chega a se caracterizar como esquizofrenia. Neste caso, as pessoas apresentam delírios (crenças irreais sobre a realidade) e/ou alucinações (vozes dentro da cabeça), mas retornam ao normal após a interrupção do uso da substância. Contudo, vale reforçar que o uso da droga pode provocar psicoses persistentes em que o indivíduo nunca mais volta ao normal. “Na esquizofrenia, o paciente pode até parar de ter delírios e alucinações, mas o quadro é permanente, marcado por perda no contato emocional com os outros, dificuldade de planejamento e organização, alteração do raciocínio lógico e na organização da ideias”. Foto: Shutterstock

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