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Esquizofrenia: por que algumas drogas podem desencadear a doença?

Cuidados e Bem-estar

Por Dr. Alexandre Proença

23 de outubro de 2023

Ouvir vozes, sofrer com falta de motivação e ter dificuldades para falar e demonstrar afeto são apenas alguns dos sintomas da esquizofrenia, um grave distúrbio psiquiátrico. Sabe-se que o histórico familiar e má nutrição do bebê na barriga da mãe são importantes fatores de risco, mas o uso de drogas também tem sido apontado como um fator que influencia o desenvolvimento do transtorno.

Álcool e maconha estão entre as drogas mais associadas à esquizofrenia


“O uso isolado de drogas não desencadeia a esquizofrenia, porém, aumenta em mais de duas vezes a chance de apresentar um quadro psicótico crônico em pessoas com vulnerabilidade, principalmente a maconha”, explica o psiquiatra Alexandre Proença. Entre as drogas, um estudo feito pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca, destacou também o
consumo de bebidas alcoólicas como fator de risco.

Nestes casos, o mais importante é se prevenir. Os pacientes devem receber informações sobre os malefícios que o uso das drogas pode provocar, especialmente em pacientes com esquizofrenia. Já em situações em que a pessoa é viciada em determinada substância, é importante ter o apoio da família e receber orientações sobre como tratar o vício.

Consumo de drogas aumenta frequência de surtos de esquizofrenia


De acordo com o médico, o uso de drogas por pacientes que já têm o transtorno pode piorar os sintomas e dificultar o tratamento: “O uso de drogas é a comorbidade mais comum em pacientes esquizofrênicos. Essa associação piora e muito o prognóstico da doença, aumentando o número e a gravidade das crises, aumentando o tempo de internação, as taxas de recaídas, infecções, violência e suicídio e diminuindo a adesão ao tratamento”.

A solução para esse problema é combater o consumo de drogas e, ao mesmo tempo, a esquizofrenia, com o tratamento prescrito por um especialista. O psiquiatra poderá indicar o uso de medicações antipsicóticas e de outros tipos, em associação a terapias, como a psicoterapia. Uma equipe multidisciplinar deverá acompanhar o paciente para melhorar seu convívio em sociedade e garantir que seu corpo trabalhe da forma mais adequada possível.

Dr. Alexandre Proença é psiquiatra, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) atende em Niterói e São Gonçalo (RJ). CRM-RJ: 52905674 – www.alexandreproenca.com.br

Foto: Shutterstock

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