A ansiedade é uma sensação que ajuda o corpo a se manter em alerta e a se proteger em situações de perigo. Ou seja, a ansiedade, em si, não é necessariamente problemática, mas quando adquire proporções inadequadamente grandes, impedindo que uma pessoa siga sua rotina e faça atividades do dia a dia, como falar em público, conhecer pessoas ou ir a uma festa, ela passa a ser considerada um problema.
Cansaço e irritação são sintomas do transtorno de ansiedade
Ana Paula W., advogada e moradora de Curitiba, no Paraná, passou por uma situação semelhante. “A ansiedade me deixava agitada, com insônia e palpitação. Tinha medo, irritabilidade e indisposição”, afirma. Estas características são típicas de um quadro de transtorno de ansiedade, doença diagnosticada pelo médico da advogada no mesmo período em que estava desenvolvendo também a síndrome do pânico.
“Fui uma pessoa agitada, sociável e comunicativa durante toda a vida. Mas, depois de sofrer um acidente de carro aos 40 anos, deixei de ter disposição para ir ao escritório trabalhar e de conseguir me concentrar”, explica a advogada, que hoje está com 44 anos. Ela passou a ficar ansiosa e agitada a ponto de passar mal ao entrar em aviões, apesar de sempre ter amado viajar.
Ansiedade exagerada pode causar perda ou ganho de peso
Além dessas características, o transtorno de ansiedade ainda apresenta outros sintomas que indicam que a doença está prejudicando o corpo. “São vários os indícios, como alterações duradouras para mais ou para menos de sono, de apetite e peso, da fadiga, da capacidade de memorizar fatos, além do aumento na percepção de dores de cabeça, dores pelo corpo e alteração do hábito intestinal”, explica o psiquiatra Eduardo Humes.
A curitibana conviveu com o problema por dois anos, antes de receber o diagnóstico e começar o tratamento. “Iniciei o tratamento de forma gradativa e, em aproximadamente 30 dias, o quadro foi melhorando. Passei a dormir melhor e não ter mais a sensação de que tudo era para ontem. As coisas ficaram centradas e tudo se restabeleceu”, diz Ana Paula. A advogada fez o tratamento com medicação, mas a terapia, em conjunto com os remédios, também costuma apresentar respostas positivas.
Dr. Eduardo de Castro Humes é psiquiatra e psicoterapeuta formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CRM-SP: 108239
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