Considerada como o mal do século por parte da comunidade científica, a depressão é hoje um dos principais problemas de saúde. O número de pacientes depressivos já ultrapassou a marca de 350 milhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que revela a necessidade não só de tratamento, mas também de diagnósticos precoces.
O diagnóstico requer uma análise complexa
Para isso, é preciso conhecer os sintomas da doença. A ansiedade e agitação, por exemplo, podem ser indícios do problema, mas devem ser analisados com cautela. “Esses sintomas podem acompanhar a depressão, como também podem estar presentes em outros transtornos psiquiátricos”, afirma a psiquiatra Elaine Henna. Além desses sintomas, o médico especialista deverá procurar por outros sinais da doença antes de fornecer o diagnóstico.
Na maior parte dos casos, a depressão se apresenta como um sentimento constante de tristeza, diminuição ou incapacidade de sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas e interpretação negativa dos eventos cotidianos. Outros sintomas mais comuns são diminuição na autoestima e na energia.
Sintomas menos óbvios da depressão
Além dos sintomas mais característicos, existem outros que não são frequentemente associados à doença, mas que fazem parte do quadro clínico. A psiquiatra revelou que, em um trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, foi observado que aproximadamente 50% dos pacientes que se queixaram de dores e fadiga apresentavam depressão.
“Muitas vezes, as pessoas apresentam cansaço, dores inespecíficas e persistentes que não atribuem à depressão”, explica Elaine. A doença ainda prejudica a concentração, provoca alterações no sono, fazendo com que o paciente durma mais ou menos horas, e causa mudanças no apetite, levando o indivíduo a ganhar ou a perder peso.
Dra. Elaine Aparecida Dacol Henna é psiquiatra formada pela Universidade de Mogi das Cruzes e atua em Sorocaba (SP). CRM-SP: 66403