O diagnóstico da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, pode ser feito a partir da análise dos sintomas apresentados pelos pacientes – como falta de ar, febre e tosse – e de alguns exames, como a tomografia de tórax. Os resultados desse exame têm sido bastante comentados entre profissionais da área da saúde devido a uma característica peculiar dessa nova doença: o aspecto de vidro fosco bilateral. Entenda!
Entenda o que é aspecto de vidro fosco bilateral
A tomografia de tórax pode auxiliar a equipe de saúde na avaliação do grau de comprometimento pulmonar e sua realização está indicada nos casos em que o paciente apresenta sinais de desconforto respiratório e/ou desenvolva déficit de oxigenação (avaliado por meio do percentual de oxigênio no sangue).
De acordo com o pneumologista Luís Fernando Rensi Cunha, o padrão em vidro fosco, frequentemente bilateral (nos dois pulmões), visto em parte das tomografias de tórax feitas em pacientes com o novo coronavírus é considerado anormal, ou seja, não é visto em uma pessoa saudável, já que indica que está havendo um processo inflamatório e/ou infeccioso nos pulmões.
Este aspecto presente na tomografia de tórax também pode ser visto em outras infecções causadas por fungos, bactérias e até outros vírus, alguns tipos de câncer pulmonar, processos inflamatórios nos pulmões e alguns tipos de fibrose pulmonar. O aspecto de vidro fosco é, portanto, uma ferramenta para auxiliar o diagnóstico da COVID-19, especialmente quando associado a uma avaliação geral do quadro clínico do paciente e a outros exames.
Quais exames ajudam no diagnóstico do novo coronavírus?
No entanto, o padrão de referência para o diagnóstico do novo coronavírus é a RT-PCR (reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa). Para o exame, são coletadas amostras de secreção do nariz e da garganta, que serão analisadas por profissionais para verificar se existem sinais do vírus no material. Se o resultado for positivo, significa que o paciente está com COVID-19.
Outro exame que pode ser feito para ajudar no diagnóstico do novo coronavírus é a radiografia de tórax. Entretanto, segundo Dr. Rensi, sua capacidade de detectar alterações que indicam um comprometimento pulmonar causado pela infecção é limitado, principalmente nas fases iniciais do quadro, o que pode atrasar o diagnóstico correto.
Saiba mais sobre o novo coronavírus
O coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. Os sinais e sintomas dessa doença podem, em muito, se assemelhar aos de um resfriado ou gripe. O novo coronavírus foi descoberto no fim de 2019, após o registro dos primeiros casos na cidade de Wuhan, na China. A doença causada por este micro-organismo ganhou o nome de COVID-19, uma junção das palavras “corona”, “vírus” e “disease” (doença, em inglês), e do número 19, em referência ao ano de sua descoberta. É um agente altamente contagioso e ainda pouco estudado.
Segundo o Ministério da Saúde, o novo coronavírus é transmitido por meio de gotículas de saliva de uma pessoa doente, do espirro, da tosse e do catarro que entram no organismo pela boca, pelo nariz ou pelos olhos. Além disso, o contato com objetos contaminados, como celular, mesa e maçaneta, também pode transmitir o vírus.
Quais são os sintomas da COVID-19?
Os principais sintomas conhecidos até o momento são febre, tosse, dor de garganta, coriza nasal, dores musculares e dificuldade para respirar, embora haja pacientes assintomáticos. O tempo para que os primeiros sintomas apareçam varia de 2 a 14 dias, contados a partir do contato com o vírus.
Na maior parte dos casos, os sintomas são leves, mas cerca de um quarto dos pacientes pode ter um quadro mais grave, levando ao comprometimento acentuado dos pulmões e à insuficiência respiratória. Os portadores das formas graves da doença precisam de internação hospitalar e, muitas vezes, de cuidados intensivos.
Como o novo coronavírus é uma novidade para cientistas e médicos em todo o mundo, ainda não existe uma vacina ou tratamento específico para a COVID-19. O que está sendo feito é o controle dos sintomas e o tratamento das complicações. Por outro lado, muitos estudos clínicos estão sendo realizados com o objetivo de entender o funcionamento do vírus e, assim, avaliar várias substâncias com potencial terapêutico promissor.
Referências:
- WHO – World Health Organization (Organização Mundial da Saúde)
- Ministério da Saúde do Brasil
- bras pneumol.vol 46 no.2 São Paulo 2020, Epub Mar 27, 2020 – JAB Araujo-Filho e cols