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Esquizofrenia

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Esquizofrenia é hereditário? O que fazer caso exista casos na família?

Um dos principais sinais que indicam o desenvolvimento da esquizofrenia é o aparecimento de sintomas psicóticos, como alucinações auditivas e visuais. É comum ver pessoas ou animais que não existem, ouvir vozes e ruídos que ninguém mais consegue ouvir e até ter a sensação de estar sendo monitorado o tempo inteiro. Nestes quadros, o fator genético exerce forte influência. Hereditariedade é um fator de risco para esquizofrenia “Isso significa que o fato de ter algum familiar com esquizofrenia aumenta o risco para o desenvolvimento do quadro em outros familiares”, afirma a psiquiatra Luciana Staut. No entanto, a médica acredita que é muito importante frisar que ter um parente com este transtorno não faz com que outro familiar, necessariamente, tenha a doença. Apesar de o fator genético ser um dos componentes envolvidos no surgimento da esquizofrenia, existem também outros fatores que devem ser considerados. Os principais são a exposição pré-natal a infecções ou injúrias, complicações durante o parto ou na gestação, alterações nutricionais, principalmente na infância, e até o uso de drogas, como a maconha. Há como detectar a esquizofrenia precocemente? Segundo a especialista, não existem exames capazes de detectar precocemente o risco de uma pessoa desenvolver a esquizofrenia quando outro membro da família já apresenta a doença. “Nesses casos, os parentes devem ficar muito atentos, principalmente, em casos de mudanças abruptas de comportamento. Isso inclui episódios de agressividade, isolamento social e desconfiança excessiva, inclusive com pessoas próximas”, alerta a profissional. Desleixo com a própria saúde, com a higiene e outros tipos de cuidados também podem indicar que algo está errado e devem chamar atenção dos familiares. Caso estes aspectos sejam notados, é importante procurar o atendimento médico com rapidez para avaliar as causas, fazer o diagnóstico da doença e iniciar o tratamento de forma adequada, que poderá ser feito com terapias e medicações antipsicóticas. Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734 Foto: Shutterstock

Mania de perseguição é um sintoma da esquizofrenia?

Como a esquizofrenia consiste em sintomas como alucinações e delírios, é possível que um paciente venha a ter algo parecido com a mania de perseguição, acreditando que há alguém atrás dele quando, na verdade, isso não ocorre. Todavia, de acordo com a psiquiatra Ana Cláudia Ducati, a mania de perseguição por si só não se conecta com este transtorno mental.   “Na esquizofrenia há quadros delirantes que apresentam conteúdo persecutório, mas isso não quer dizer que a mania de perseguição seja um sintoma envolvido. Os delírios basicamente são uma alteração do juízo, configurando uma crença do paciente com características irrefutáveis. Mesmo que seu conteúdo seja impossível, o paciente acredita cegamente naquilo e nada pode dissuadi-lo de tal crença”, explica. Os sinais da esquizofrenia Ainda segundo a médica, a esquizofrenia marcada, sobretudo, pela presença de delírios de perseguição é a do tipo paranoide. “Indivíduos com esse tipo de esquizofrenia tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, hostis. As alucinações, que consistem na percepção clara de um estímulo que não está lá (uma voz, um barulho, uma imagem), também costumam estar presentes”. Os pacientes com esses sintomas costumam ter uma aparência desleixada, além de comportamento social e respostas emocionais inadequados e desorganizados. “Eles podem explodir em risos sem nenhuma razão ou fazer sorrisos e caretas incongruentes. Outros traços comuns de quem tem esquizofrenia: movimentos voluntários bizarros, rigidez, negativismo (como mutismo seletivo), empobrecimento afetivo, apatia, autonegligência e diminuição da fluência verbal”. Tratamento para esquizofrenia O tratamento para a esquizofrenia envolve, principalmente, o uso de medicação antipsicótica. Contudo, intervenções psicossociais, incluindo psicoterapia, podem contribuir para a melhora clínica. “Em alguns casos, dependendo da gravidade, a hospitalização pode ser necessária para ajuste farmacológico e controle de sintomas psicóticos”. Dra. Ana Claudia Ducati Dabronzo é psiquiatra geral e da infância e adolescência, formada pela Universidade de São Paulo (USP). CRM: 150.562 Foto: Shutterstock

Ouvir vozes é, necessariamente, um sintoma da esquizofrenia?

Ouvir vozes é um sintoma que pode fazer parte de um quadro de esquizofrenia, mas não é exclusividade deste transtorno. Outros problemas, sejam perturbações mentais ou não, podem cursar com essa percepção. É importante destacar que os pacientes que ouvem vozes acreditam que aquilo de fato é real, o que se difere do pensamento intrusivo. Outros transtornos com alucinação auditiva “Alucinações auditivas são percepções de sons sem que haja algum estímulo externo. Uma forma comum de alucinação auditiva é ouvir vozes, familiares ou não, percebidas como diferentes do pensamento do indivíduo. As alucinações auditivas podem estar presentes em diversos transtornos psiquiátricos, como depressão e psicose (mais caracteristicamente associada à esquizofrenia”, explica a psiquiatra Júlia Trindade. Segundo a especialista, o conteúdo da voz é claramente identificado e possui uma conotação persecutória ou de comando. Por isso muitas vezes o indivíduo que sofre de algum transtorno mental com audição de vozes fala sozinho, dialogando com um interlocutor que apenas ele escuta. “Ouvir vozes também pode ser um sintoma de epilepsia, surdez, distúrbios do sono ou lesões cerebrais”. Sintomas e tratamento da esquizofrenia Os sintomas característicos da esquizofrenia envolvem diversas disfunções cognitivas, comportamentais e emocionais, mas nenhum é definitivo. O diagnóstico envolve o reconhecimento de sinais que estejam presentes por pelo menos um mês. “Além da audição de vozes, a esquizofrenia pode ser identificada pelas alucinações, delírios e discurso desorganizado”. Todos esses sintomas podem ser controlados por meio da adesão adequada aos principais métodos de tratamento da doença. O uso de medicamentos é a base desse tratamento, com destaque para os antipsicóticos e estabilizadores de humor. Deve-se apostar também em psicoterapias (terapias comportamental, cognitiva, familiar, de grupo, dentre outras). Foto: Shutterstock

O amigo imaginário pode ser confundido com esquizofrenia na infância?

Mais comum em adultos, a esquizofrenia é uma doença que dificilmente se manifesta em crianças, mas ainda assim existem casos. Por conta disso, alguns pais tendem a ficar alarmados quando notam que seus filhos apresentam comportamentos estranhos. O famoso amigo imaginário então se torna um exemplo desta preocupação, já que representa um passo para fora da realidade. Crianças não costumam confundir o amigo imaginário com a realidade De fato, a esquizofrenia se caracteriza pela dificuldade de diferenciar o que é real do que não é, o que justifica esse pé atrás dos pais com o amigo imaginário, mas na verdade não há uma relação direta de risco desta prática infantil comum com a doença. “A criança utiliza o amigo imaginário dentro de um processo de brincadeira, fazendo a distinção entre realidade e fantasia”, comenta o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. “Mesmo crianças pequenas sabem que o amigo imaginário foi projetado em sua cabeça para participar de algo que elas criaram voluntariamente e que se encerra no momento em que a brincadeira ou a atividade se acaba”, completa o médico. Na visão de Miguel, os pais podem até ficar preocupados, mas profissionais habilitados conseguem tranquilamente fazer a distinção entre um amigo imaginário e delírio ou alucinação. Amigo imaginário não é preocupante Na visão do psiquiatra, o amigo imaginário está no controle da criança, sendo ela quem o criou dentro de um momento lúdico de vivência de uma fantasia. Já o quadro de esquizofrenia sempre vem associado a um estado de deterioração mental progressiva, então por isso as duas coisas se distanciam. “A questão principal seria o isolamento social e não o amigo imaginário”. Contudo, somente o isolamento social não faz o diagnóstico de esquizofrenia, pois ele pode estar presente em outros quadros como depressão e transtornos de ansiedade, e também em crianças normais, que apenas apresentam baixo nível de habilidades sociais. “Delírios, alucinações (ouvir vozes ou ver pessoas/seres), comportamento desorganizado, prejuízo na volição (dirigir a intenção em fazer algo) e do humor, são outros sintomas da doença”.   Foto: Shutterstock

Sintomas de esquizofrenia: como a doença começa a aparecer?

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico considerado bastante complexo pela Medicina. Perder a noção da realidade e ter dificuldade de diferenciá-la de pensamentos e ideais imaginadas são apenas alguns dos sintomas da esquizofrenia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 21 milhões de pessoas sofrem com o problema, inclusive crianças, já que a doença pode se manifestar na infância.  Delírios e alucinações são principais sintomas da esquizofrenia De acordo com o psiquiatra Miguel Boarati, a doença apresenta sintomas psicóticos desde a primeira crise. Eles são classificados como sintomas positivos e negativos. Entre os positivos, é possível citar: delírios; alucinações; agitação psicomotora. Já alguns dos sintomas negativos são: isolamento social; deterioração cognitiva; dificuldade de expressar emoções. Mudanças de comportamento podem ser sinais de esquizofrenia Um dos delírios mais comuns em que tem a esquizofrenia é a crença de que está sendo perseguido. Os pacientes podem ouvir vozes e ter alterações no pensamento e dificilmente são convencidos do contrário. Já os sintomas da esquizofrenia classificados como negativos são, normalmente, indicativos de um prognóstico pior, segundo Boarati. Existem alguns tipos de comportamento que podem chamar a atenção dos familiares e amigos e podem ser sinais de esquizofrenia. “O comportamento do indivíduo pode mudar de forma abrupta ou gradativa. O paciente começa a se isolar, ficar quieto ou com olhar vazio”, afirma o médico. Em outros casos, o indivíduo tem muito medo, se esconde e diz que alguém está querendo matá-lo. A importância e o funcionamento do tratamento contra a esquizofrenia O diagnóstico precoce ajuda a evitar o progresso da doença e dos sintomas. A cada crise psicótica, o paciente piora seu quadro. Alguns não conseguem mais trabalhar, se cuidar e se relacionar com outras pessoas. Fazer terapia e usar a medicação indicada por um psiquiatra são atitudes que permitem a remissão dos sintomas e a reabilitação do paciente. A atuação da família é fundamental para garantir que o esquizofrênico inicie e siga o tratamento. Com os sintomas psicóticos ativos, o indivíduo pode se recusar a usar os medicamentos por acreditar que alguém deseja seu mal. Às vezes, é necessário que ele seja internado para sua proteção e também de sua família. É fundamental que os familiares e o paciente, quando estabilizado, entendam a gravidade da doença e a necessidade de tratamento permanente.   Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS): https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/schizophrenia

O paciente em crise de esquizofrenia pode perder totalmente a noção da realidade?

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que deve ser diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada. Quando isso não acontece, o paciente fica mais sujeito às crises da doença, capazes de provocar desorganização mental, delírios e alucinações e que podem ainda fazer a pessoa afetada pelo distúrbio perder totalmente a noção da realidade. Crise de esquizofrenia causa delírios, alucinações e mudanças no pensamento “Um paciente esquizofrênico em crise, ou seja, em surto psicótico, pode apresentar alterações do pensamento, como delírios, percepções distorcidas da realidade, alucinações e alterações da identificação de si próprio como pessoa, corpo e identidade”, caracteriza o psiquiatra Alexandre Proença. De acordo com o médico, a crise de esquizofrenia é um período em que ocorre uma reagudização da psicose. O paciente pode adotar um comportamento agitado, hostil e até agressivo, representando um risco para sua própria vida e para outras pessoas. Durante um surto, frequentemente, os esquizofrênicos acreditam que estão sendo perseguidos e ameaçados por pessoas ou seres que não existem. Manter a calma é importante durante surto de esquizofrenia Devido à perda da noção de realidade, é importante que amigos, familiares e pessoas que estiverem próximas não confrontem o paciente. O nível das alterações provocadas pela doença fará com que o esquizofrênico acredite veementemente em seus delírios e alucinações. O melhor a fazer nessas horas é manter a calma, tentar tranquilizá-lo e procurar o atendimento médico rapidamente. “A principal forma de evitar as crises é o tratamento adequado e a aderência ao tratamento farmacológico. A grande maioria das crises é causada pelo não uso ou até mesmo pelo uso inadequado da medicação”, afirma Dr. Proença. O tratamento da esquizofrenia é feito com terapias, como a psicoterapia, e uso de medicamentos antipsicóticos prescritos pelo psiquiatra. Dr. Alexandre Proença é psiquiatra, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) atende em Niterói e São Gonçalo (RJ). CRM-RJ: 52905674 – www.alexandreproenca.com.br Foto: Shutterstock

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