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Pessoas com depressão, ansiedade e TOC podem sofrer mais durante a quarentena

No atual período de isolamento social, causado pela pandemia do novo coronavírus e da COVID-19, não é de se espantar que a saúde mental das pessoas fique mais vulnerável. O confinamento e a falta de liberdade e de contato com amigos e familiares podem aumentar os níveis de estresse, ansiedade e irritabilidade, situação mais complicada para quem já tem histórico de transtorno psiquiátrico, como depressão, distúrbios de ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).   A incerteza quanto ao futuro ─ especialmente sobre até quando durará a quarentena e sobre os riscos gerados por este microrganismo recém-descoberto ─, pode piorar os sintomas desses pacientes. Por isso, é preciso reforçar, ainda mais, os cuidados com a saúde e seguir à risca o tratamento.   Cuidados a serem adotados por indivíduos com depressão na quarentena   Para os pacientes com depressão, especificamente, é possível que o isolamento piore o humor, potencializando manifestações como prostração, tristeza e falta de vontade de realizar até mesmo as atividades mais prazerosas. Conforme mostram dados da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o transtorno em questão também pode prejudicar a autoestima, causar indecisão e atrapalhar o raciocínio e a concentração.   Para tentar evitar ou minimizar tais manifestações, é fundamental continuar com as medidas propostas pelos profissionais de saúde para o tratamento, como o uso de medicações (quando necessário e sob orientação de um psiquiatra). Os pacientes que fazem terapia podem conversar com o profissional, mesmo que a distância, para manter as consultas remotamente, por meio do celular, tablet ou computador.   Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento da depressão é, essencialmente, medicamentoso, tendo em vista as evidências de alterações químicas no cérebro do paciente deprimido. Ademais, psicoterapia é ferramenta de grande valia no processo terapêutico, já que pode facilitar o entendimento do transtorno depressivo e auxiliar na resolução de conflitos, de forma a manejar o estresse do dia-a-dia.   Impacto do isolamento em pacientes com ansiedade   Além da depressão, a situação imposta pela quarentena também pode complicar a vida de quem sofre com alguns dos transtornos de ansiedade, aumentando o risco de ter crises de pânico. Entre os fatores de risco para esses episódios, podem ser citados o adoecimento ou a morte de um amigo ou familiar devido à COVID-19 e momentos de muito estresse.   Segundo a psiquiatra Juliana Diniz, durante as crises, os pacientes podem apresentar taquicardia, aumento da sudorese, calafrio, tremores, sensação de falta de ar, dor ou aperto no peito, medo de enlouquecer ou, até mesmo, medo de morrer. Vertigem, palpitações e ondas de calor e de frio também podem estar presentes.   A manutenção do tratamento adequado, mesmo à distância, também é vital para o controle do quadro e para a prevenção de suas complicações. Segundo o Ministério da Saúde, os transtornos de ansiedade, quando não tratados, podem comprometer de maneira considerável a vida do paciente, que pode por exemplo começar a evitar fazer tudo aquilo que possa ser um gatilho para eventuais crises, incluindo atividades simples e corriqueiras (como entrar em um elevador, no caso de indivíduos com manifestações ansiosas relacionadas a essa forma de transporte). Tal situação de evitação pode ser exacerbada pelas condições impostas pela pandemia do novo coronavírus.   É importante ressaltar que os sintomas sentidos pelo indivíduo diagnosticado com transtorno de ansiedade podem surgir sem necessariamente haver um motivo e são muito mais intensos do que os da ansiedade comum, que todos sentem em algum momento da vida.    TOC em tempos de coronavírus   De acordo com a American Psychiatric Association, o TOC é um transtorno no qual o paciente apresenta pensamentos, ideias e sensações recorrentes e não desejados, denominados obsessões. Essas obsessões fazem com que o indivíduo reaja com ações repetitivas, que são as compulsões, em geral realizadas para aliviar o desconforto comumente associados às obsessões. É muito frequente ansiedade estar associada aos quadros de TOC.   Uma das possíveis manifestações do TOC inclui obsessões de contaminação (pensamentos ou ideias de que se está contaminado) e compulsões de limpeza (comportamentos repetitivos, que podem incluir a limpeza das mãos e a higienização de um modo geral). Tais sintomas interferem significativamente no dia a dia, prejudicando as atividades acadêmicas, laborais e as interações sociais.   Os pacientes com TOC podem sofrer bastante com a necessidade excessiva de higiene. Em situações como a atual, em que a luta contra o novo coronavírus tem a lavagem das mãos como uma das principais medidas de prevenção, os pacientes que já tinham essa compulsão pela limpeza tendem a exercê-la ainda mais, o que pode resultar em piora do seu estado mental e maior dificuldade no controle do transtorno.   É interessante destacar que a compulsão é uma forma que o paciente encontra de aliviar mentalmente a pressão causada pelas obsessões. “Nos casos de TOC por limpeza e arrumação, podemos entender que o objetivo do paciente é tentar manter o ambiente da maneira com que ele está habituado para se sentir seguro. Outra possibilidade seria para evitar doenças, mas também para manter o raciocínio organizado por meio da organização do ambiente”, explica a psiquiatra Lee Fu-I.   Práticas e cuidados para controlar os sintomas de transtornos mentais dentro de casa   Em todos esses casos, é muito importante que os pacientes, além das medidas de tratamento já mencionadas, adotem cuidados diários capazes de ajudar no controle dos sintomas, como a prática regular de exercícios físicos. Também é válido preencher o tempo com outras atividades prazerosas e estimulantes, se hidratar, se alimentar de forma saudável e buscar ter sempre um sono de qualidade, que seja restaurador.   Para conseguir tudo isso, deve-se ter uma rotina bem definida e equilibrada, com horários adequados para cada ação do dia. Sendo assim, é importante não acordar tarde (algo não tão simples estando em quarentena) para poder aproveitar a maior parte do dia ativamente. Outra medida importante é estar em contato constante com os entes queridos, seja por mensagem ou por chamada de vídeo. Manter a socialização, ainda mais com familiares e amigos, é essencial para auxiliar no controle de todos esses transtornos mentais.   Referências Bibliográficas: Dados do Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/76depressao.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/224_ansiedade.html Dados da American Psychiatric Association:   https://www.psychiatry.org/patients-families/ocd/what-is-obsessive-compulsive-disorder

Depressão, ansiedade e quadros dolorosos em tempos de quarentena

No atual período de quarentena causado pela pandemia do novo coronavírus e da COVID-19, indivíduos com transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade, podem encontrar maior dificuldade para manter seu tratamento devido ao isolamento social. Dor crônica está frequentemente associada a comorbidades como ansiedade e depressão. Quando há quadros dolorosos associados aos transtornos mentais citados, pode ocorrer piora da qualidade de vida, e tal piora pode se intensificar com o isolamento. Por mais que as dores físicas não estejam inclusas nos critérios que contemplam os sintomas principais da depressão ou da ansiedade, muitos pacientes relatam esse desconforto. De fato, pode haver relação entre tais transtornos mentais e dor física, apesar de os mecanismos responsáveis por essa associação não estarem ainda completamente elucidados.  Além disso, depressão e ansiedade podem intensificar a percepção de dores já sentidas antes e causadas por outros problemas de saúde. “A dor não está entre os critérios de diagnóstico da depressão, isto é, não é um sintoma do transtorno. Entretanto, sabe-se que pessoas com depressão têm maior sensibilidade à dor e que pessoas com quadros de dor crônica têm mais chances de desenvolver depressão. Logo, existe, de fato, uma correlação entre dor e depressão”, afirma a psiquiatra Erika Mendonça. A Dra. Ana Cláudia Ducati, também psiquiatra, ressalta essa associação entre depressão e dor: “A dor que se associa à depressão é aquela que surge quando um indivíduo deprimido tem piora de um quadro doloroso já existente. O fato de estar deprimido também pode fazer com que ele acabe percebendo a dor de maneira mais intensa”, explica a médica. Depressão pode estar associada a quadros de dor crônica   Um dos tipos de dor que pode estar associada a casos de depressão e ansiedade é a dor neuropática. Considerada crônica, esta dor específica resulta de uma lesão no sistema nervoso, que pode ser provocada por diversas condições, como infecções (por exemplo, herpes), diabetes, alcoolismo e traumas. Possíveis sintomas de dor neuropática incluem queimação, agulhadas, formigamento e choque. A dor neuropática também pode provocar hipersensibilidade a estímulos não dolorosos, o que resulta, por exemplo, em sensação dolorida por estímulos simples e cotidianos, como o contato da pele com a roupa ou outros objetos. É possível que a dor neuropática seja contínua ou intermitente, assim como leve, moderada ou intensa, o que depende do grau de acometimento dos nervos envolvidos. O indivíduo pode, inclusive, sofrer com o incômodo em diferentes regiões (braços, pernas, tronco). O tratamento da dor neuropática varia de acordo com a gravidade do quadro, dentre outros fatores. É possível utilizar uma série de medicamentos, como anticonvulsivantes, antidepressivos e opioides, dependendo do caso e conforme recomendação médica. Reabilitação e tratamento psicológico são de grande valia nesses quadros. Alguns casos específicos podem precisar de intervenções cirúrgicas. Práticas simples para ajudar no tratamento   Além disso, o paciente pode se beneficiar muito de outras práticas, que atuam como adjuvantes no controle de sintomas, incluindo dores físicas. Como exemplo, pode ser citada a prática de atividades físicas. As opções ficam mais restritas estando dentro de casa, mas é possível, de acordo com o condicionamento físico individual, realizar abdominais, flexões e agachamentos, por exemplo. É válido ainda apostar nos exercícios físicos que trabalham a respiração, como o yoga. A meditação, que também tem foco na respiração, é outra prática que pode ajudar a amenizar sintomas depressivos e de ansiedade. Realizar atividades prazerosas, como hobbies, e se conectar com entes queridos, seja em casa ou por ligações de vídeo, também são atitudes importantes para os pacientes porque ajudam a amenizar os desconfortos provocados por condições que afetam a saúde mental. A alimentação é outro ponto importante no tratamento desses distúrbios psiquiátricos. O ideal é, especialmente em quadros de ansiedade, evitar ingerir café, chá preto, refrigerantes, chocolate e bebidas energéticas. O consumo excessivo de bebida alcoólica e o tabagismo também são desaconselhados de forma geral, incluindo para pessoas com transtornos de ansiedade e depressão.   Referências: Neuropathic pain: mechanisms and their clinical implications | Steven P Cohen, Jianren Mao | 2014 | http://accurateclinic.com/wp-content/uploads/2016/04/Neuropathic-pain-mechanisms-and-their-clinical-implications-2014.pdf Neuropathic Pain: A Maladaptive Response of the Nervous System to Damage | Michael Costigan, Joachim Scholz, and Clifford J. Woolf |  Annual Review of Neuroscience | Julho de 2009 | https://www.annualreviews.org/doi/10.1146/annurev.neuro.051508.135531 GORMSEN, Lise et al. Depression, anxiety, health‐related quality of life and pain in patients with chronic fibromyalgia and neuropathic pain. European Journal of Pain, v. 14, n. 2, p. 127. e1-127. e8, 2010.

Teve insônia? Confira algumas dicas para enfrentar o dia seguinte e voltar a dormir bem

Uma noite mal dormida é capaz de derrubar qualquer um. Você não sabe como vai conseguir trabalhar, fica distraído e ainda tem com medo de piorar o sono da noite seguinte tomando estimulantes para acordar. A especialista em sono Márcia Pradella ensina o que é preciso fazer no dia seguinte a uma noite mal dormida, dando dicas para enfrentar o trabalho e técnicas para recuperar o descanso depois. Fique de olho nas causas de uma noite mal dormida Algumas pessoas sofrem de insônia crônica, um quadro que precisa de acompanhamento médico e de tratamento com remédios específicos. Mas quando o sono vai embora apenas por uma noite, a neurologista Márcia Pradella conta que os motivos podem ser muitos. “A insônia pontual ocorre principalmente por “preocupações” de maneira geral, levando à ansiedade e pensamentos encadeados que dificultam a entrada no sono”, diz a especialista. A saída é tentar se acalmar e lembrar que uma mente descansada vai saber lidar melhor com os problemas no dia seguinte. Café e outros estimulantes ajudam a ficar alerta ou sabotam seu sono? Em um dia em que você dormiu poucas horas ou quase nada, o plano quase sempre é tomar café para conseguir dar conta dos afazeres, mas será que isso não vai piorar a qualidade do sono na noite seguinte? Márcia Pradella diz que essa resposta varia de pessoa para pessoa e que a quantidade vai depender da reação de cada um. “Se a pessoa percebe que tem dificuldade para iniciar o sono quando toma cafeinados, recomendamos então que se evite o consumo não só de café, mas também chás – mate, preto, verde; refrigerantes com cola e chocolate no período da tarde e noite”, conta. Outros estimulantes, como as cápsulas de guaraná e os energéticos de latinha também costumam ser vistos como uma saída para quem não conseguiu dormir, mas a Dra. Márcia diz que é preciso ter cuidado. “Muitas pessoas têm alta sensibilidade a estes estimulantes gerais, que podem favorecer a ocorrência de alterações do ritmo cardíaco (taquicardias), sudorese excessiva, agitação psicomotora e até insônia”, diz a médica. Especialista recomenda recuperar o sono aos poucos Na noite seguinte à da insônia, muita gente coloca em prática o raciocínio de que é preciso recuperar todas as horas perdidas do dia anterior. A neurologista diz que o sono perdido nunca é recuperado 100% e que, além de tentar reequilibrar a quantidade, também é preciso se preocupar com a qualidade. “Tente fazer uma atividade relaxante e, se estiver cansado, deitar um pouco mais cedo vários dias seguidos ajuda”, orienta. Siga essa rotina preparada pela neurologista especialmente para quem dormiu mal: – Tome um banho morno e um bom café da manhã. – Procure dar um intervalo no meio da manhã e aproveite para tomar um café, chá ou suco – se possível recebendo a luz do sol. – Na hora do almoço procure dar uma caminhada de 15 minutos. – Novamente à tarde pare por 15 minutos e tome um refresco ou o que preferir ao ar livre ou num local em que possa receber a luz do sol. – Chegando em casa faça uma refeição leve, usando alimentos facilmente digeridos como os cozidos e não tome álcool. – Tente fazer uma atividade que relaxe: TV, leitura, namorar… – Se não gosta de dormir no escuro, use lâmpada de cor azul (azul puro se for LED) de 8 watts, dessas que ficam na parede ou no chão. Isso facilita a liberação da melatonina, que é o hormônio que facilita o sono. – Depois disso é só aproveitar seu sono de qualidade e ganhar a disposição que você precisa para o dia seguinte!

Transtorno bipolar: dicas para pacientes manterem rotina na quarentena

O herpes é uma infecção viral caracterizada pelo aparecimento de feridas e lesões, frequentemente localizadas nos lábios e na região genital. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), aproximadamente 99% da população adulta mundial já entrou em contato com o vírus, mas só uma parte das pessoas infectadas manifesta os sintomas, que podem aparecer devido à baixa imunidade. Veja como evitar problemas de imunidade na quarentena. Falta de contato com luz solar facilita o aparecimento dos sintomas do herpes De acordo com a dermatologista Andrea Godoy, o sedentarismo, o estresse emocional e a ausência de exposição ao sol, comuns durante períodos de quarentena, podem provocar mudanças na imunidade do corpo e aumentar os riscos de surgimento de doenças e o aparecimento de sintomas do herpes.  “O sedentarismo e o estresse alteram o equilíbrio físico e mental, afetando a produção e a captação de determinados neurotransmissores e hormônios, o que acaba por imunodeprimir o corpo e facilitar a expressão de doenças como o herpes. É importante também tomar sol sempre que possível, por volta de 15 a 20 minutos por dia, para converter em vitamina D”, informa a médica. Manter rotina ajuda a ter uma boa imunidade na quarentena Durante o período de isolamento social, é comum que as pessoas se sintam menos motivadas a largar o sofá, a televisão, o celular e o computador e manter uma rotina. No entanto, segundo Dra. Andrea, para manter uma boa imunidade na quarentena, é fundamental regular as atividades da semana, garantindo o tempo ideal de sono, uma dieta equilibrada e uma boa hidratação.  “É preciso manter uma rotina, dormir bem e sempre se deitar e acordar no mesmo horário. Isso regula os hormônios circadianos, ou seja, melatonina e cortisol, por exemplo, que acabam sendo fundamentais para a imunidade. Também é indicado praticar alguma atividade física, por pelo menos 20 minutos, ingerindo frutas e verduras frescas para ter as vitaminas, minerais e proteínas necessários para formar os anticorpos, além de beber água e tentar ter uma atitude positiva”, recomenda a especialista. Segundo a médica, durante as crises de herpes também é recomendado suplementar ou consumir alimentos ricos em lisina, um dos oito aminoácidos essenciais e que ajuda no processo de recuperação das lesões do herpes. “A lisina é um aminoácido que inibe o herpes e está presente na carne, leite e derivados, ovos, peixes, cogumelos, grãos e, em especial, na soja”, indica a profissional. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD): https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/herpes/68/

O que fazer para me acalmar durante uma crise de ansiedade?

Quem já teve uma crise de ansiedade conhece bem os sintomas: mãos suando, coração acelerado, náuseas e tremores… E, depois que eles começam, pode ser difícil se acalmar e esperar o ataque passar, principalmente se a pessoa estiver em um ambiente público, na rua ou trabalho. Mas existem algumas técnicas que especialistas recomendam para tentar ajudar a manter a calma nesse momento e aguardar a crise ir embora. Respirar calmamente é fundamental Uma das primeiras sensações pode ser a falta de ar ou hiperventilação. Então, respirar fundo, inspirando pelo nariz e soltando o ar pela boca pode ser fundamental para ajudar na hora. Existem técnicas mais recomendadas, como respirar devagar utilizando o diafragma, segurando a respiração por alguns segundos e sentindo o abdômen subir e descer durante o processo. “É importante prestar atenção à respiração durante a crise porque ela realmente pode ajudar a acalmar”, explica o psiquiatra Gustavo Cahú. Técnicas de distração podem ajudar a não focar na crise Evitar ter pensamentos negativos e ficar focado na crise também é essencial. É a chamada distração cognitiva. Existem algumas formas mais conhecidas, mas qualquer pensamento que conforte a pessoa na hora é adequado. É possível contar de 100 a 1 pelos números ímpares, em outra língua que conheça, cantar a letra de uma música que goste ou pensar em todas as pessoas que conheça com o nome começando por uma letra do alfabeto. O ideal continuar fazendo essas distrações diversas vezes até se acalmar um pouco. “Essas técnicas funcionam mais como uma distração para o cérebro da pessoa, fazendo ela pensar em outra coisa que não a crise e, com isso, consiga passar melhor pelo ataque até ele diminuir os efeitos”, completa Gustavo. Tentar sair daquele ambiente em que se está, mesmo que de forma imaginativa e pensar em um local que se sinta em paz e relaxado, que dê conforto e segurança, também pode ajudar. Fechar os olhos e adicionar cada vez mais detalhes à cena, tentando focar toda a mente nessa atividade, é outra alternativa. Conseguir a ajuda de um amigo, conversar, ouvir música, fazer exercício ou uma outra atividade no momento, tomar um banho quente, evitar cafeína e procurar a ajuda de um médico especializado também são indicados para os momentos de crises de ansiedade. Gustavo Cahú é psiquiatra. CRM: RJ 5273633-3

Ansiedade moderada: quais características diferem esse quadro da ansiedade leve?

A ansiedade leve é aquela considerada normal, ou seja, que todas as pessoas têm no curso de suas vidas. É ativada quando ocorre uma situação que gera tensão, insegurança ou medo. Já a ansiedade moderada, assim como a grave, pode ser classificada como um transtorno, ou seja, exige tratamento específico pois os sintomas são mais severos. “O transtorno de ansiedade contempla as ansiedades de nível moderado a grave, enquanto a ansiedade normal vai de leve a moderada. Como existe variação entre os sintomas e as classificações, fica mais fácil dividir entre ansiedade normal (leve) e transtorno de ansiedade (grave)”, explica o psiquiatra Fernando Verçosa. Ansiedade moderada prejudica significativamente a qualidade de vida do paciente Em outras palavras, a ansiedade leve ou normal é uma resposta do organismo, uma maneira dele avisar que é preciso ter atenção e cuidado para uma eventual situação de perigo. Pode-se dizer que está ligada ao instinto de sobrevivência. Contudo, quando isso se apresenta de forma mais intensa, atrapalhando a qualidade de vida e a capacidade de concentração, passa a ser considerado patológico.    “O transtorno de ansiedade traz prejuízo e interfere negativamente na vida diária da pessoa. Traz consigo sintomas de angústia associados com sintomas físicos, como dores, e medo exagerado de questões rotineiras, como exemplo pavor de sair de casa ou de frequentar locais públicos”. Tratamento  do transtorno de ansiedade O tratamento do transtorno de ansiedade é feito com a combinação de psicoterapia e uso de medicamentos específicos, incluindo antidepressivos. Além disso, é legal passar a ter um estilo de vida mais saudável, caso ainda não tenha. Evitar o consumo de álcool e cigarro, reduzir a cafeína, e apostar em técnicas de relaxamento, alimentação saudável e exercícios físicos é recomendado.  No entanto, é importante que você procure um médico, que vai diagnosticar o quadro com precisão e recomendar o tratamento adequado. Foto: Shutterstock

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