O tratamento da doença de Alzheimer que existe hoje não é capaz de reverter os danos já feitos, ou seja, não consegue recuperar a memória perdida. Contudo, ele possibilita que o processo degenerativo da memória seja retardado ou até mesmo estabilizado, o que permite que o paciente consiga, a partir daí, evoluir com melhor qualidade de vida.
Medicamentos são essenciais no tratamento da doença de Alzheimer
“O tratamento atual da doença de Alzheimer não é curativo, ou seja, não muda o curso da doença a longo prazo. Entretanto, os avanços da ciência têm permitido que os pacientes tenham maior sobrevida e melhor qualidade de vida, inclusive na fase grave. Os objetivos da terapêutica são aliviar os sintomas existentes, de modo a estabilizar ou lentificar a progressão da perda da memória, conseguindo independência nas atividades da vida diária por mais tempo”, informa a geriatra Aline Ferreira.
A ação dos medicamentos no tratamento é fundamental para tentar frear a degeneração mental e da memória. “O efeito esperado com o uso das medicações é uma melhora inicial dos sintomas, mas deve-se salientar que a resposta é individual e muito variada. Há evidências de que essas drogas conseguem estabilizar parcialmente a progressão da demência, de modo que a evolução torne-se mais lenta”, afirma Aline.
Atividades para estimular os pacientes com a doença de Alzheimer
Além dos remédios, atividades de estimulação cognitiva, social e física apresentam evidências científicas para a manutenção de habilidades e para preservar a funcionalidade do paciente. “O intuito dos tratamentos não farmacológicos não é fazer com que o funcionamento cognitivo seja como antes da instalação da doença, mas que funcione o melhor possível a partir da intervenção”, explica a geriatra.
Quando a estimulação se dá com atividades que conseguem realizar, os pacientes melhoram autoestima e iniciativa, e otimizam o uso das funções ainda preservadas. A musicoterapia, por exemplo, comprovadamente pode trazer memórias passadas e retardar o processo de degeneração. “Ler em voz alta, manter calendário e relógio sempre alcançáveis, montar quebra-cabeça e praticar atividade física e/ou fisioterapia são outros exemplos importantes”, conclui a médica.
Foto: Shutterstock