Depois do almoço, algumas pessoas gostam de tirar cochilos para descansar e repor as energias para o resto do dia. Essa atitude está muito presente na cultura espanhola e, por lá, recebe o nome de siesta. Mas, será que esse costume é capaz de prejudicar a duração e a qualidade do sono durante a noite? Uma noite mal dormida pode comprometer até a imunidade.
Cochilos não devem ser longos
De acordo com o psiquiatra Alexandre Pinto de Azevedo, não é possível afirmar se o cochilo durante a tarde é algo bom ou ruim para o corpo de pessoas que não apresentam distúrbios do sono. “Não há uma regra conceitual sobre este hábito. É preciso entender que cochilo refere-se a um período de sono de, em média, 20 ou 30 minutos”, explica Azevedo.
É preciso respeitar esse limite, uma vez que se o cochilo exceder esse tempo médio, o corpo iniciará um breve ciclo do sono. “Neste caso, dormir ao longo do dia pode, mesmo em não portadores de insônia, reduzir o tempo total de sono à noite, principalmente atrasando seu início”, alerta o psiquiatra.
O outro lado da moeda
Já os pacientes com insônia e distúrbio do ritmo circadiano não devem dormir durante a tarde, mesmo que por pouco tempo. “Por outro lado, há alguns transtornos do sono, caracterizados pela sonolência excessiva diurna, apesar de um sono noturno de boa qualidade e quantidade, em que os cochilos diurnos programados são aconselhados”, ressalta Azevedo.
Em vez de dormir durante a tarde, uma atitude que pode ser adotada e que ajuda a manter a qualidade do sono durante a noite é ter horários fixos para dormir, o que o psiquiatra classifica como essencial. Manter o sono sincronizado, com bons hábitos e pequenas margens de folgas, especialmente durante os fins de semana, são fatores que ajudam a garantir um sono adequado e reparador.
Dr. Alexandre Pinto de Azevedo é psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. CRM-SP: 101604