As infecções pelo vírus herpes simples (HSV) são doenças comuns na população. As mais frequentes são as causadas pelo herpes simples tipo 1 e tipo 2.
Aproximadamente 90% dos adultos já tiveram contato com o vírus, mas nem todos desenvolvem as lesões.
O herpes tipo 1 ocasiona lesões dolorosas, com pequenas bolhas e base avermelhada, mais frequentemente nos lábios, mas pode acometer outras regiões do corpo. O herpes tipo 2 ocasiona lesões com as mesmas características, porém, na região genital (tanto de homens quanto de mulheres). Os dois tipos de herpes mais comuns possuem uma característica similar: tendência a recorrência, ou seja, uma mesma pessoa uma vez infectada pode apresentar episódios de herpes várias vezes durante a vida.
A infecção se dá pelo contato com saliva ou secreções contaminadas, que penetram na pele ou mucosa, e pode seguir 3 caminhos diferentes: 1- causar infecção primária (mais intensa) se o paciente nunca teve contato; 2– infecção não primária (mais branda), quando o paciente já possui anticorpos contra o herpes; 3-estado de latência, ou seja, o vírus fica “adormecido” em nervos periféricos, podendo ser reativado e podendo causar novamente lesões.
Após o primeiro contato, seja ele com ou sem lesões (infecção subclínica), o paciente pode não desenvolver mais a infecção, porém, em 30% a 50% dos casos a reativação do herpes tipo 1 pode ocorrer, determinando principalmente os quadros de herpes labial recidivante/ recorrente.
QUAIS SÃO OS FATORES QUE PODEM DESENCADEAR O HERPES?
Diversos fatores são frequentemente associados à reativação do herpes simples, como trauma local, exposição solar, febre, infecções do trato respiratório superior, período pré-menstrual, procedimentos dermatológicos e estresse psicológico. O mecanismo exato que determina essa reativação é desconhecido, porém é frequentemente associado à diminuição da imunidade (sistema de defesa do organismo contra infecções). Existem também alguns casos em que a causa para a reativação do vírus pode não ser identificada.
O estresse psicológico pode afetar nossa saúde de diversas maneiras, e uma delas é enfraquecendo o sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a novas infecções e favorecendo também a reativação do vírus herpes, facilitando o aparecimento dessas incômodas lesões de repetição.
A gravidade do herpes labial recorrente é bastante variável. Podem ocorrer apenas sintomas no local (formigamento, ardência, coceira), sem o aparecimento das lesões, ou pode ocorrer o quadro completo, associado ao aparecimento das lesões na pele.
O tratamento dos quadros agudos de herpes é feito na maior parte das vezes com Aciclovir, medicamento que é capaz de impedir que do material genético do vírus se multiplique, e consequentemente, melhorando o quadro clínico.
Entretanto, uma ótima possibilidade para impedir os episódios de herpes de repetição, é com o uso da lisina por um período determinado em casos de crise, ou até em situações em que o paciente já espera que o herpes apareça. Os pacientes que apresentam herpes de repetição normalmente sabem quando as lesões tendem a recorrer, como por exemplo em períodos de mais estresse.
A lisina pode ser usada tanto como tratamento preventivo das crises de herpes, como também durante as crises de herpes ativas em associação com o aciclovir, ajudando a diminuir os sintomas e encurtando o tempo de duração das lesões.
COMO A LISINA FUNCIONA NO NOSSO ORGANISMO?
A lisina é um aminoácido que consegue inibir a multiplicação do vírus herpes, competindo diretamente com um outro aminoácido chave nesta infecção, a arginina. A arginina é fundamental para que o vírus se multiplique. Ou seja, quanto mais lisina e menos arginina, menos infecção por herpes!
Ambos aminoácidos podem ser encontrados na alimentação, mas na prática, a dose necessária de lisina para inibir o aparecimento de lesões do herpes é alta, e dificilmente é conseguida na alimentação e por esse motivo a suplementação oral é necessária.
Para evitar o aparecimento de lesões de herpes, é desejável também que se limite a ingestão de arginina na dieta. Os alimentos conhecidos com alto teor de arginina são principalmente: amêndoas, nozes e outras castanhas, ovos, ervilha, lentilha, abacate, entre outros.
Concluindo, a lisina é capaz de reduzir os sintomas e a frequência das infecções por herpes de repetição, com poucos ou praticamente sem efeitos colaterais, se respeitadas as doses recomendadas.
Além disso, devido ao fato de não ser um agente antiviral, sua utilização frequente e prolongada não causa resistência viral.
Converse com seu dermatologista. O herpes de repetição tem controle!
Referências Bibliográficas