Uma pesquisa clínica (aquela feita para avaliar medicamentos em desenvolvimento antes que eles sejam liberados ao mercado) é composta por diversas fases e como cada uma é muito importante e deve ser feita com muita cautela, o tempo gasto acaba sendo grande. O processo total, da primeira à última fase, pode demorar anos até ser concluído.
Tempo de cada fase da pesquisa clínica
“O tempo total de desenvolvimento de um medicamento é bastante longo, varia de 10 a 15 anos, desde a fase de descoberta, até o medicamento final aprovado para uso. Cada estudo que é feito com o novo medicamento tem um tempo determinado que varia bastante”, informa o infectologista Eduardo Franco Motti.
Os estudos iniciais, de fase 1, são muito curtos, duram poucos dias, mas os estudos maiores, de fase 3, duram meses ou até anos, dependendo do efeito que se quer medir. “Além disso, há um tempo necessário para recrutar os voluntários que vão participar do estudo e o tempo para aprovações nas comissões de ética e na ANVISA. Por isso, o tempo total é tão longo”, explica Motti.
Riscos em não se respeitar o tempo da pesquisa clínica
Se por acaso esses tempos não forem respeitados, há o risco sério de se passar por cima de questões importantes no estudo de um novo medicamento, o que, além de ser ruim para que novas descobertas aconteçam, comprometeria o processo como um todo, o produto e a população.
“Sem respeitar o tempo de cada fase da pesquisa clínica, ao chegar no final do estudo, não seria possível demonstrar o efeito do medicamento e haveria a necessidade de começar tudo novamente”, completa Motti, destacando que nenhum laboratório permite que um produto mal estudado vá para as farmácias.
Dr. Eduardo Franco Motti é infectologista, graduado e pós-graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). CRM-SP: 34165
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