A doença de Alzheimer, também conhecida como mal de Alzheimer, é uma doença que afeta as funções cognitivas, principalmente nos idosos, causando perda de memória recente e prejudicando a atenção e a capacidade de orientação, por exemplo. Mas, esta doença, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), embora incurável, tem tratamento e o diagnóstico precoce é muito importante para garantir mais qualidade de vida e autonomia ao paciente.
Diagnóstico precoce de Alzheimer permite otimizar tratamento
“O diagnóstico da doença de Alzheimer em tempo adequado permite ao idoso e à sua família uma série de possibilidades quando comparamos com a demora ou com a omissão do diagnóstico. Entre essas possibilidades, temos o uso de medicamentos que permitem, muitas vezes, diminuir a velocidade do declínio cognitivo e da perda de funcionalidade”, afirma o geriatra e nutrólogo Leandro Minozzo.
Além do tratamento medicamentoso, o médico destaca que o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer permite também que a família busque otimizar estímulos, como exercícios físicos, dieta mediterrânea e atividades mentais, importantes para a qualidade de vida do paciente, assim como minimizar riscos da própria condição, como a direção de automóveis, manejo de fogo, deslocamentos pelas ruas e controle e decisão sobre finanças.
“Somente o diagnóstico permite à família conseguir assimilar esse novo desafio e se organizar para o futuro. O diagnóstico da doença de Alzheimer condiciona um cuidado com dignidade e proteção ao idoso acometido. Por isso, quanto antes for feito, melhor”, completa o especialista.
Como o diagnóstico da doença de Alzheimer é feito?
De acordo com Dr. Minozzo, a doença de Alzheimer afeta principalmente os idosos com mais de 70 anos, mas também pode acometer aqueles na faixa dos 60 anos, embora seja raro. É importante procurar um médico se houver alterações que interfiram na independência do idoso e que envolvam a memória de longo prazo e a capacidade de tomar decisões corretas, de aprender e de se localizar no tempo e no espaço.
“Sobre como o diagnóstico é realizado, temos a realização de uma cuidadosa avaliação clínica chamada de anamnese. Na Geriatria, valorizamos muito o olhar amplo sobre os pacientes, o que ajuda e muito nessas situações. São realizados testes cognitivos (avaliação cognitiva breve) e análise cuidadosa de funcionalidade, medicamentos em uso e doenças associadas”, explica o médico.
Exames complementares, como a ressonância nuclear magnética, também são solicitados para descartar causas reversíveis de demência ou outras condições, como alterações hormonais, deficiências de vitaminas, infecções, AVCs, tumores, hidrocefalia e hematomas. Mais recentemente, desde 2018, as diretrizes sobre diagnóstico da doença de Alzheimer tornaram o uso de biomarcadores nos exames de neuroimagem como parte da rotina clínica, mas esses exames ainda são de difícil acesso.
Referências:
Dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz): https://abraz.org.br/2020/sobre-alzheimer/o-que-e-alzheimer-2/
Martha Clare Morris, Christy C Tangney, Yamin Wang, Frank M Sacks, David A Bennett, Neelum T Aggarwal. MIND diet associated with reduced incidence of Alzheimer’s disease. Alzheimers Dement. 2015 Sep; 11(9): 1007-14. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25681666/