A esquizofrenia foi por muitos anos reconhecida como sinônimo de loucura e, em certa medida, é até hoje. A falta de informação, que impede que os pacientes sejam tratados da maneira adequada, é um dos principais motivos e, por isso, o dia 10 de outubro foi eleito como o Dia Mundial da Saúde Mental, com foco na esquizofrenia em 2018. Portanto, desmistificar a esquizofrenia é essencial para que os pacientes se sintam seguros para buscar tratamento e, consequentemente, tenham maiores chances de aumentar sua qualidade de vida.
“O estigma que acompanha a esquizofrenia está pautado, principalmente, no profundo desconhecimento sobre as doenças mentais e isso fortalece o preconceito. Para vencer o estigma da loucura e tentar desmistificar a ideia de que esquizofrenia é sinônimo de incapacidade de conviver em sociedade, faz-se necessário que o próprio doente e sua família conheçam as características da doença e aprendam a lidar com suas repercussões”, afirma o psiquiatra Leonardo Fabrício Gomes.
Contato com a esquizofrenia é essencial para conhecer e entender a doença
Desmistificar a esquizofrenia é papel de toda a sociedade, visto que o conhecimento sobre a doença permite não apenas enxergar as limitações de seu portador, mas também reconhecer os mitos e inverdades que envolvem o estigma da doença. “O medo e o preconceito em relação ao portador de esquizofrenia tendem a se dissipar quando os indivíduos que não convivem com a doença perto de si, passam a enxergá-la de forma mais realista, entendendo que o doente é maior que a doença”.
Os profissionais de saúde (em especial o psiquiatra) são fundamentais nesse processo de difusão do conhecimento sobre as doenças mentais. Apenas munidos de informações sobre as características da esquizofrenia, o doente e sua família poderão traçar caminhos para melhorar o cuidado e reduzir o dano à sua qualidade de vida.
Medicamentos são fundamentais no tratamento da esquizofrenia
O uso adequado de medicamentos deve ser primordial no tratamento, pois só assim pode-se evitar a ocorrência dos surtos e os danos secundários a ele. Não é raro que os pacientes, durante os períodos em que estão estáveis, decidam interromper o uso da medicação, aumentando o risco de agudização do quadro. “A psicoeducação, tanto do doente quanto de sua família, é um recurso importante para aumentar a adesão ao tratamento”, conclui Gomes.
Dr. Leonardo Fabrício Gomes é formado em medicina pela faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e possui residência médica em psiquiatria pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). CRM-MS: 7548.
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