O verão possui algumas características que fazem com que mosquitos e insetos em geral apareçam e se proliferem mais do que o normal durante a estação. Destaque para o calor e umidade, que contribuem bastante nesse sentido. O grande volume de chuva nessa época do ano também ajuda nesse sentido. Com isso, aumenta-se o risco de doenças infecciosas, como a dengue.
O calor e a umidade diminuem drasticamente o ciclo reprodutivo dos insetos, ou seja, o processo que vai desde que os ovos são postos até o mosquito atingir a fase adulta acontece muito mais rápido no verão. Por isso se diz que sua proliferação aumenta nesta estação. “O calor faz o ciclo de vida do mosquito se acelerar”, afirma o infectologista Bruno Scarpellini.
Calor e muita chuva aumentam proliferação de mosquitos no verão
Segundo o médico, o inseto se adapta muito bem em temperaturas acima de 30°C, é persistente e gosta de água limpa e parada. “Ele coloca os ovos nas paredes de criadouros, bem próximo à superfície da água. Um ovo pode sobreviver em média por um ano no seco. Assim que encontrar umidade novamente, volta a ficar ativo, eclode e pode se transformar em pupa, larva e, então, chegar à fase adulta em até sete dias”.
Os mosquitos encontram água para colocarem seus ovos graças à grande quantidade de chuva no verão. A campanha de prevenção contra doenças causadas por mosquitos, como a dengue, ganha força nessa época justamente por conta desse aumento do número de ovos colocados na água parada que se deve muito às chuvas e à falta de cuidado das pessoas para evitar o problema. “Cabe ressaltar que o Aedes aegypti pode transmitir, além da dengue, zika, chikungunya e febre amarela”.
Prevenção de mosquitos e doenças no verão
Para prevenir a proliferação de mosquitos, insetos em geral e doenças no verão, o especialista recomenda uma série de cuidados. “Deve-se deixar vasilhames que coletem água (garrafas, vasos, latas, tampas de garrafa pet, vaso sanitário) sempre virados para baixo; esfregar bem as bordas de recipientes com escova de palha ou de aço; colocar água sanitária nos ralos de varanda e cloro em vaso sanitário. Plantas como bromélia e casquinhas de caramujo merecem atenção”.
Dr. Bruno Scarpellini é infectologista e epidemiologista, pesquisador e epidemiologista do Laboratório de Retrovirologia da Escola Paulista de Medicina/Unifesp. CRM-RJ: 5271607-3.
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