Os analgésicos possuem efeito rápido no organismo porque são medicamentos que têm rápida absorção intestinal, o que os faz atingir rapidamente também o sistema nervoso central. Segundo o neurologista Caio Siminoni, Isso tem relação com peculiaridades de sua estrutura molecular e metabolização. “Por este motivo, configuram-se como a primeira medida no combate à dor”.
Ações dos analgésicos e modos de usá-los
O médico explica que os analgésicos diferem entre si quanto ao modo de ação. Ou seja, cada fármaco trabalha de maneira particular no combate à dor. “Por exemplo, alguns atuam no bloqueio da síntese de prostaglandinas e em sistemas de controle de dor opioides e canabinoides, enquanto outros funcionam como inibidores da síntese de prostaglandinas, mesmo sem ter efeito anti-inflamatório”.
Como os analgésicos correspondem à primeira linha de tratamento da dor, estão indicados para dores de intensidade leve a moderada. “Muitas vezes são encontrados em associação com relaxantes musculares ou cafeína. Há situações em que são associados a opioides, quando a dor já ultrapassa a intensidade moderada, chegando na forte”.
Riscos da automedicação e abuso de analgésicos
Os analgésicos podem ter um efeito excelente se utilizados corretamente, mas se forem mal empregados tendem a causar consequências ruins. Este segundo cenário acontece bastante, visto que é comum pacientes se automedicarem com os remédios. “A automedicação pode mascarar uma dor que sinaliza para condição possivelmente emergencial e grave, como uma ruptura de aneurisma cerebral, por exemplo”.
Se a automedicação chegar ao nível do abuso, isso se torna, obviamente, muito prejudicial à saúde. Os efeitos negativos disso geralmente sinalizam para a necessidade de diagnóstico e tratamento adequados. “É preferível que os analgésicos sejam prescritos após avaliação médica. Quando isso não ocorre, o tratamento é meramente sintomático e não baseado na doença que leva à dor, para a qual uma intervenção específica pode ser necessária”.
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