O transtorno obsessivo compulsivo, chamado também pela sigla TOC, é uma doença psiquiátrica que provoca pensamentos insistentes e o desejo quase incontrolável de realizar rituais, como checar dezenas de vezes se a porta de casa ou do carro está trancada. Quem é diagnosticado com TOC deve seguir o tratamento à risca, já que o distúrbio pode facilitar o desenvolvimento de outras doenças.
“É comum que os transtornos mentais (em especial o TOC) sejam acompanhados de outras comorbidades, principalmente psiquiátricas. Não é incomum que o paciente portador do TOC possa apresentar em sua vida episódios de depressão e outros quadros ansiosos, por exemplo”, afirma o psiquiatra Ricardo Torresan.
Pacientes com TOC frequentemente têm depressão
De acordo com o médico, cerca de 80% a 90% dos pacientes com o transtorno obsessivo compulsivo apresentam um episódio depressivo ao longo da vida. Além da depressão, o risco é significativamente maior para distúrbios alimentares, fobias simples, fobia social, transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada e dependência de substâncias químicas.
O fator mais significativo para o surgimento de outra doença psiquiátrica é a própria incapacitação ocasionada pelos sintomas obsessivo-compulsivos. “Uma vez instaladas as obsessões e compulsões, o paciente experimenta fortes sentimentos de desgosto, angústia, desconforto e inquietação perante os pensamentos intrusivos e recorrentes e a necessidade de realizar comportamentos compulsivos na tentativa de neutralizar tais pensamentos”, explica a psiquiatra Mônica Melo.
Casos de TOC associados a outras doenças precisam de mais atenção
Geralmente, casos de pacientes diagnosticados com mais de uma doença são mais graves e precisam de uma proposta mais ampla de tratamento, em comparação com os portadores de uma patologia isolada. A comorbidade acaba interferindo na evolução do transtorno obsessivo compulsivo, agravando o quadro.
“Pacientes com TOC e outras comorbidades, como depressão e transtornos de ansiedade, respondem melhor à associação do antidepressivo com a terapia cognitiva comportamental“, completa Mônica.
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