A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que provoca alterações de comportamento, delírios e alucinações, como sensação de perseguição e ouvir vozes. A modernização dos tratamentos permitiu o controle dos sintomas do transtorno e deu aos pacientes a possibilidade de ter uma boa qualidade de vida. Hoje, uma pessoa esquizofrênica consegue viver normalmente e pode até mesmo aproveitar as férias em família, desde que com certos cuidados.
Férias não são motivo para interromper o tratamento da esquizofrenia
“A principal cautela é não interromper o uso dos medicamentos. Caso durante as férias o paciente pare de tomar a medicação, corre o sério risco de ter crises, o que pode acabar com a diversão não apenas dele, mas de toda a família, ou até mesmo levar a transtornos maiores e mais graves, como algum tipo de acidente”, afirma a psiquiatra Luciana Staut.
Durante as férias, é comum o paciente se desligar da rotina e acabar esquecendo de tomar o remédio. Nesses casos, que tal pedir ajuda aos familiares e usar a função de despertador do celular? “Se for medicação que toma pela manhã, coloque despertador e tome o remédio, mesmo que volte a dormir. Caso haja uma alteração importante, pode haver risco de crises”, alerta a especialista.
Paciente com esquizofrenia não deve consumir bebidas alcoólicas nem durante as férias
Fazer uma programação com antecedência é necessário para não ficar sem a medicação no período em que estiver viajando. Além disso, as férias devem ser aproveitadas para estreitar os laços com a família e os amigos e, claro, para cuidar da saúde, se alimentando bem e praticando exercícios, e para reduzir o estresse, a ansiedade e outros fatores da rotina que são estressores e que podem precipitar crises da doença.
Outro cuidado que deve ser tomado durante as férias é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que traz graves consequências para o paciente. “O álcool não é indicado em nenhuma quantidade por pessoas esquizofrênicas. Sintomas delirantes, como pensamentos de perseguição, desconfiança e até mesmo o ciúme patológico, podem piorar na associação entre a doença e o álcool”, destaca o psiquiatra Alexandre Proença.
Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734
Dr. Alexandre Proença é psiquiatra, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) atende em Niterói e São Gonçalo (RJ). CRM-RJ: 52905674 – www.alexandreproenca.com.br
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