A doença de Alzheimer se caracteriza pela degeneração cognitiva, o que leva o paciente a perder gradativamente as funções cognitivas, especialmente a memória. A deterioração da capacidade mental e de raciocínio propiciam ainda o aparecimento de sintomas como alucinações e delírios, que normalmente estão mais associados às psicoses.
Delírios em casos de Alzheimer
“Quando o paciente com Alzheimer tem também psicose, sua qualidade de vida se torna ainda pior. Ele fica frequentemente tenso, ansioso, irritado e muitas vezes agressivo, porque não tem consciência de que os fatos não estão acontecendo com eles”, informa o geriatra José Eduardo Martinelli. Em uma situação de delírio, o paciente passa a interpretar as situações de maneira equivocada.
Um exemplo comum de Alzheimer com delírio é quando algo some e o paciente pensa que foi roubado por um familiar ou alguém próximo, passando a hostilizar esta pessoa. “Outro exemplo é a interação do paciente com a TV, ocorrendo discussão entre ele e as figuras por trás da tela. Isso tudo prejudica muito a vida do paciente, pois leva a um quadro de agitação e ansiedade”.
Tratamento de Alzheimer com cursa com delírios
É essencial que os cuidadores e familiares compreendam esse tipo de comportamento do paciente com Alzheimer, buscando agir de forma sensível para que as sensações angustiantes não venham a piorar. Transmitir segurança, conforto e afeto ao paciente, além de demonstrar empatia, ajuda muito no tratamento da doença em si e no controle de seus sintomas.
Segundo o especialista, o tratamento de um quadro de Alzheimer que cursa com delírios deve ser medicamentoso e cabe ao médico decidir sobre a melhor droga a ser utilizada. “Normalmente usa-se os neurolépticos ou antipsicóticos, com boa evolução do quadro. A abordagem não medicamentosa quase não tem resolutividade com relação aos sintomas psicóticos”, completa Martinelli.
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