Uma das maiores preocupações com a chegada da estação mais quente do ano é a proliferação do mosquito da dengue e, principalmente, o aumento do número de casos da dengue hemorrágica. Tanto a dengue comum quanto a hemorrágica são causadas pelo vírus da dengue. No entanto, essa última é considerada uma versão mais perigosa da infecção.
Quadro de dengue hemorrágica se agrava rapidamente
Segundo o infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, o vírus da dengue tem quatro sorotipos, que vão desde o DEN-1 até o DEN- 4. “A infecção por um deles dá proteção para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os demais. A probabilidade de dengue hemorrágica aumenta após a infecção por dois um mais vírus”, afirma o médico.
Inicialmente, os sintomas são parecidos com os da dengue clássica, mas pioram a partir do terceiro ou quarto dia. Surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e em órgãos internos e há uma redução do nível de plaquetas, cuja função é justamente combater sangramentos. Cabe destacar que o quadro clínico se agrava rapidamente, dando sinais de insuficiência circulatória e levando o paciente a um estado de choque.
Vômitos e sangramentos são sintomas comuns em casos de dengue hemorrágica
“Os principais sintomas de alerta para a dengue hemorrágica são dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, manchas vermelhas na pele, comportamento variando de sonolência à agitação, confusão mental, sede excessiva, boca seca e queda da pressão arterial”, cita Scarpellini.
Ao notar os sinais e sintomas da dengue hemorrágica, é essencial procurar atendimento médico rapidamente. O especialista recomenda também utilizar soro caseiro para manter o corpo hidratado. O diagnóstico da dengue é baseado na epidemiologia, na história e nos sintomas clínicos. Entretanto, alguns exames podem ajudar, como hemograma completo e realização do teste rápido da dengue, que detecta antígenos do vírus da dengue.
Dr. Bruno Scarpellini é infectologista e epidemiologista, pesquisador e epidemiologista do Laboratório de Retrovirologia da Escola Paulista de Medicina/Unifesp. CRM-RJ: 5271607-3.
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