No mês de setembro veio à tona a notícia de que o atacante Nilmar, do Santos Futebol Clube, foi diagnosticado com depressão, o que resultou no seu afastamento dos gramados para realizar o tratamento necessário. Apesar disso não ser uma novidade dentro do esporte, não é algo comum no noticiário, portanto, deixou muitas pessoas surpresas e temerosas.
Tratamento da depressão deve sempre ser feito de forma individualizada
“Embora seja uma doença grave, o transtorno depressivo é uma condição tratável, podendo se atingir a remissão com tratamento adequado”, afirma a psiquiatra Ana Cláudia Ducati. As chances de Nilmar se recuperar e retornar ao futebol existem e são tão boas quanto as de qualquer outra pessoa, não importando a profissão que seja exercida.
O tratamento da depressão deve ser sempre avaliado caso a caso, independentemente do fato da pessoa ser uma figura pública ou não. Isso quer dizer que as particularidades do caso do jogador do Santos deverão ser levadas em conta para determinar os métodos de tratamento assim como aconteceria com um arquiteto ou um professor. “Cada caso deve ser avaliado de maneira singular, não havendo estratégia única para o tratamento”.
Pressão da mídia deve ser evitada durante o tratamento da depressão
Pessoas públicas e atletas de alto desempenho lidam com uma grande exposição e níveis altos de cobrança. Considerando que esse fatores podem contribuir para a manutenção do quadro depressivo, talvez seja prudente afastar o indivíduo da mídia até sua melhora. “Além disso, deve-se seguir o tratamento padrão, que consiste no uso de medicação psicotrópica, como antidepressivos, e/ou psicoterapia”.
Segundo a especialista, fama, pressão de mídia, torcida e patrocinadores, além do desgaste, podem ser responsáveis por tornar a rotina de uma pessoa muito estressante, com grande sobrecarga emocional. Isso poderia ser uma explicação para a depressão de Nilmar. “Com o alto nível de cobrança e exposição, a pessoa tem um ambiente propício para vivenciar sentimento de culpa, inutilidade e fracasso ao não se atingir as metas propostas”.
Dra Ana Claudia Ducati Dabronzo é psiquiatra geral e da infância e adolescência, formada pela Universidade de São Paulo (USP). CRM: 150.562
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