A hipertensão mascarada é um conceito pouco conhecido pela população, mas muito perigoso, não só para a saúde cardiovascular, mas para todo o corpo. “Caracteriza-se por valores da pressão arterial dentro do limite da normalidade quando aferidos no consultório, mas quando aferidos fora, em casa, por exemplo, ficam acima da normalidade repetidas vezes”, afirma o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho.
Causas da hipertensão mascarada ainda são discutidas
Geralmente, os valores medidos no consultório ficam abaixo dos 140x90mmHg que caracterizam a hipertensão, mas encontram-se bem próximos a esse patamar. De acordo com o médico, estudos populacionais indicam que aproximadamente 13% da população têm hipertensão mascarada.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o problema é mais frequente entre homens e idosos. O órgão aponta ainda que a causa das diferenças nas aferições é motivo de controvérsia entre estudiosos, mas explica que o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, o estresse e a prática de atividades físicas são fatores investigados.
A hipertensão mascarada aumenta o risco de complicações nos chamados órgãos-alvo da hipertensão. “Revisão de estudos sobre esse tema revela que a incidência de infarto e AVC é duas vezes maior nessa população quando comparada com pessoas que não são hipertensas”, alerta o especialista.
MAPA 24h ajuda no diagnóstico da doença
O diagnóstico do problema não é fácil, pois depende de aferições realizadas fora do consultório. “Muitas vezes, é o próprio paciente que traz essa demanda. Ele relata medidas repetidas de pressão elevada em seu domicílio, procura o médico, mas quando chega no consultório a pressão está abaixo de 140x90mmHg”, explica Dr. Costa Filho.
A única ferramenta capaz de fazer esse diagnóstico é o exame conhecido como MAPA 24h. Esse exame irá “desmascarar” aquela hipertensão que parecia não existir quando a pressão arterial era medida exclusivamente no consultório. A partir daí, o paciente deverá iniciar o tratamento, com redução de sal na dieta, melhoria na saúde do sono, prática de exercícios físicos e uso de medicações anti-hipertensivas.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC): http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/15-4/07-artigo-revisao%20.pdf
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