O transtorno bipolar é marcado por duas fases contrastantes, a mania e a depressão. A primeira é caracterizada pela euforia exacerbada, enquanto a segunda é marcada por sintomas de tristeza e apatia, muito similares à doença que tem o mesmo nome. Isso pode, inclusive, ser um facilitador perigoso para erros de diagnóstico que comprometem o tratamento do paciente.
“Os sintomas da depressão bipolar e da depressão unipolar (também comumente chamada de depressão) são os mesmos. Os critérios diagnósticos usados são exatamente os mesmos, tanto de tempo como de sintomas”, afirma o psiquiatra Miguel Angelo Boarati. “A diferença é que o indivíduo com transtorno bipolar terá episódios de mania ou hipomania e maior flutuação do humor”.
Tratamentos recomendados para transtorno bipolar e depressão
Segundo o médico, não é incomum que o paciente bipolar demore até 10 anos para ser diagnosticado corretamente, principalmente o tipo II, que cursa com períodos curtos de hipomania, alternando com períodos de depressão grave e crônica. “O maior risco de seguir o tratamento errado é não utilizar as medicações adequadas, pois o transtorno bipolar deve utilizar uma classe de remédios específicos, chamados de estabilizadores do humor”, explica o médico.
O tratamento da depressão “comum” ou unipolar se baseia no uso de antidepressivos, enquanto o do transtorno bipolar também necessita dos estabilizadores do humor. Os antidepressivos também podem ser utilizados neste transtorno, mas atuam mais como coadjuvantes. Quando prescritos, devem atuar conjuntamente com os estabilizadores.
Transtorno bipolar pode se agravar por conta do tratamento equivocado
O tratamento inadequado apresenta uma série de riscos para o paciente, incluindo o agravamento da doença. “Se o paciente bipolar estiver em depressão e só fizer uso de antidepressivos, o seu quadro irá piorar significativamente, podendo evoluir para uma virada maníaca (sair da depressão e ir para a mania) ou se desenvolvendo para o chamado estado misto (depressão e mania simultaneamente). Esses estados são muito graves, com alto risco de lesões, suicídios e internações psiquiátricas”, alerta Boarati.
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