Praticar exercícios físicos é fundamental para manter-se saudável. Uma das modalidades mais conhecidas e repleta de adeptos é a musculação. No entanto, para quem sofre com problemas circulatórios, a musculação pode ser um motivo de insegurança. Afinal, quem tem varizes pode fazer musculação? Exagerar no exercício pode piorar ou causar essa doença? O cirurgião vascular Adjaldes de Moraes explica tudo!
Musculação e varizes: exagerar na dose pode causar a doença?
Segundo Dr. Moraes, o fato de que a musculação causa varizes é, na verdade, um mito: esse tipo de exercício pode, inclusive, auxiliar no tratamento da doença. “Musculação não causa varizes. Na verdade, a atividade física regular é um fator de prevenção para o surgimento de varizes”, afirma o médico. Por isso, quem já gosta dessa prática pode ficar tranquilo sobre essa questão.
Por outro lado, o exagero nos treinos não é bom. O desgaste e o estresse provocados pela musculação excessiva podem gerar dor nas juntas, aumentar o risco de lesões e fraturas, baixar a imunidade e aumentar os níveis de cortisol, o que pode gerar uma piora da saúde cardiovascular como consequência.
O surgimento de varizes acontece, de acordo com o cirurgião vascular, por outras motivações. “A insuficiência venosa, que chamamos de varizes, na maioria dos casos surge de uma condição genética favorável a associada a fatores de risco, como obesidade, uso de anticoncepcional, sedentarismo, hábitos de trabalho em que o paciente passa muitas horas sentado, em pé ou parado na mesma posição e tabagismo”, completa o médico.
Como funciona o tratamento das varizes?
Dr. Moraes enfatiza que o tratamento para varizes é personalizado e depende de inúmeros fatores. “O exame físico detalhado e a entrevista clínica são fundamentais para escolha da melhor técnica para cada caso. O exame de ultrassom doppler venoso de membros inferiores é obrigatório na elaboração da estratégia terapêutica das varizes”, comenta o cirurgião vascular.
Sobre as técnicas, o especialista é bem abrangente. “Temos hoje disponíveis técnicas como laser endovenoso, laser transdérmico, escleroterapia com glicose hipertônica, radiofrequência, espuma, cirurgia e tratamento clínico com elastocompressão e venotônicos”, explica o profissional. Hábitos diários também podem auxiliar no tratamento: além da musculação, fazer exercícios aeróbicos e uma dieta rica em fibras, bem como evitar sapatos de salto alto e dormir com as pernas elevadas também são boas opções de terapias auxiliares para o problema.