A queda de cabelo é uma situação incômoda e capaz de afetar a autoestima. O que nem todo mundo sabe é que nem sempre a queda de cabelo excessiva está associada diretamente à alopecia androgenética (calvície). A equipe do Cuidados Pela Vida conversou com a dermatologista Thatiana Hadlich Blumenberg sobre eflúvio telógeno, um problema que tem tudo a ver com a perda de cabelo. Saiba mais sobre essa condição!
O que é eflúvio telógeno? Descubra como reconhecer o problema
Você já tomou banho e, quando acabou, deparou-se com um bolo de cabelo no ralo? Isso pode ser eflúvio telógeno, segundo a dermatologista, condição que pode se apresentar de duas maneiras: aguda ou crônica. “No eflúvio telógeno agudo, a causa da queda capilar ocorre três meses antes da perda dos fios. Em vez de termos de 100 a 120 fios caindo diariamente, temos de 200 a 300 fios, dependendo do paciente e da causa do eflúvio. Já no eflúvio crônico, há ciclos de aumento da perda dos fios, de forma cíclica, uma ou duas vezes por ano, ou a cada dois anos, dependendo do paciente”, explica Dra. Thatiana.
Segundo a médica, as possíveis causas para o eflúvio telógeno agudo são “pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, gripe, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica, além do estresse. Algumas medicações também podem desencadear o problema”. O eflúvio telógeno crônico pode ter origem desconhecida, mas a maior parte dos casos pode ser motivada por doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto. A duração do problema também pode variar. “O eflúvio é autolimitado, ou seja, tem uma duração predeterminada de dois a quatro meses, caso não haja outra doença associada”, afirma a dermatologista.
Eflúvio telógeno: tratamento não é específico para todos os casos
O diagnóstico é feito após uma avaliação dos sintomas pelo dermatologista, como conta a médica: “Além de escutar o paciente, o profissional irá também questioná-lo sobre possíveis eventos e medicações que possam ter levado à maior queda de cabelo”.
Dra. Thatiana também lembra que, no que concerne aos tratamentos para eflúvio telógeno, não há algo específico e cada caso é um caso: “Algumas medicações, que são estimuladoras do crescimento capilar, podem ser associadas para acelerar esse processo de recuperação”.
“Se o paciente for saudável e sem doença prévia do couro cabeludo, o cabelo terá sua total recuperação. Porém, se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), em geral, costuma-se tratá-lo para que possa ter plena capacidade de recuperar o volume e o comprimento dos fios”, esclarece a dermatologista.
Existem ainda situações com um surgimento previamente esperado do eflúvio telógeno. “Um exemplo é a fase do pós-parto, quando é comum ocorrer queda dos fios de dois a três meses após o parto, e o período após a cirurgia bariátrica”, diz Dra. Thatiana, que finaliza: “O ideal é o paciente procurar um dermatologista logo no início do problema”.
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