Quem sente dor de cabeça com certa frequência deve procurar um médico para avaliar o que está provocando esse problema. A presença desse sintoma ao ler por muito tempo, especialmente em locais com pouca luz, e a melhora com o repouso ou com o uso de óculos indicam que a causa por trás da dor pode ser o hábito de “forçar a vista”.
Forçar músculos ao redor dos olhos pode causar dor de cabeça
De acordo com o neurologista Flávio Sallem, o ato de forçar a vista põe em ação vários músculos localizados na região craniana, especialmente o músculo frontal, o músculo prócero e os músculos corrugadores, além da musculatura da porção posterior da cabeça.
“Estes músculos, localizados respectivamente na testa, entre as sobrancelhas, sobre as sobrancelhas e na região posterior do crânio, quando forçados, podem levar à inflamação e à tensão muscular, o que pode provocar dor”, explica o médico.
Segundo o especialista, músculos cervicais, que ficam na região do pescoço, também podem estar envolvidos. “A luz que irradia do aparelho ou do local para onde vemos também pode iniciar reflexos que são capazes de desencadear dor de cabeça“, completa o profissional.
Veja como é possível evitar forçar a vista
Se você acredita estar sofrendo desse problema, a primeira medida que deve ser tomada é procurar a ajuda de um oftalmologista para fazer um exame completo ocular e de refração, além de um neurologista, para afastar causas outras de cefaleia. Uma das possíveis soluções para a dor de cabeça é o uso de óculos de grau. Dr. Sallem recomenda ainda ler por curtos períodos de tempo, dando alguns intervalos para descansar.
“Leia em posições e locais confortáveis, evitando ler deitado, pois nessa posição pode-se forçar a musculatura cervical. Evite usar aparelhos que emitem luz no escuro, mesmo com o filtro de luz azul, e sempre evite contrastes intensos de luz (há pessoas que apresentam cefaleia no cinema, por exemplo)”, aconselha o médico. Caso já use óculos, é importante fazer uma nova consulta para revisar o grau.
Sobre Doença do Olho Seco
A Doença do olho Seco é bem frequente na população geral, podendo alcançar 20% da população em alguns países. (ref 1). Aqui no Brasil a prevalência chega bem próximo de 16% da população (ref 2).
Os sintomas mais comuns são ardência nos olhos, sensação de areia, vermelhidão e embaçamento da visão. (ref 2). Sabe-se que o uso de telas por longos períodos e a poluição são grandes causadores da piora desses sintomas (ref 2).
Ela é o resultado de diferentes doenças e condições que alteram a lubrificação dos olhos com diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca quantidade e/ou má qualidade da lágrima. (ref 3)
O tratamento mais comum é o uso de lágrimas artificiais durante o dia, os chamados lubrificantes oculares (ref 3,4) e medidas como piscar mais vezes quando no computador ou celular, higiene adequada das pálpebras e retirada correta de maquiagem. (ref 3)
A doença pode-se agravar com o tempo e será necessário intensificar o tratamento.
Procure um oftalmologista se esses sintomas estiverem te incomodando!
Referências:
1)Karmel M. A Quick Guide to Dry Eye. AAO.2014. Disponível em: https://www.aao.org/eyenet/article/quick-guide-to-dry-eye
2)Castro JS, et al. Prevalence and Risk Factors of self-reported dry eye in Brazil using a short symptom questionnaire. Nature.2018.
3)Olho Seco. IORJ_ Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro. Disponível em: https://iorj.med.br/olho-seco/
4)Fonseca EC et al. Olho seco: etiopatogenia e tratamento. Arq. Bras. Oftalmol. 2010
Foto: Shutterstock
