Você costuma ter diarreia? Desconfortos intestinais muitas vezes são tratados de forma corriqueira, mas suas causas podem ser perigosas e precisam ser investigadas. Uma delas é a intoxicação alimentar, um distúrbio que pode causar vários problemas para o sistema digestivo. Para entender melhor sobre esse assunto, nossa equipe bateu um papo com o nutricionista e especialista em bioquímica celular Felipe França. Saiba mais abaixo!
Intoxicação alimentar: o que é? Por que acontece?
Muita gente já passou pela situação de comer algo que “não caiu bem”. Mas você sabe o que é exatamente uma intoxicação alimentar? Felipe explica: “A intoxicação alimentar é uma condição desagradável causada pela ingestão de alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas nocivas”. O problema também pode ser causado pela ingestão de água contaminada.
Sintomas de intoxicação alimentar: conheça os primeiros sinais
O nutricionista destaca sintomas bem característicos do quadro. “Náuseas e vômito; diarreia; dor abdominal; alguns casos desencadeiam febre devido à resposta do sistema imunológico; fraqueza e fadiga devido à desidratação e perda de eletrólitos”. Com a desidratação, também é possível surgirem sintomas como calafrios e palidez.
Carnes e produtos lácteos estão entre os alimentos mais arriscados
Alguns gêneros alimentícios são mais propensos ao risco de intoxicação alimentar do que outros. Isso porque alguns alimentos podem proliferar microrganismos específicos que alteram o funcionamento gastrointestinal. 
Carnes, por exemplo, são alimentos com grande potencial tóxico se não tratadas corretamente, como destaca o nutricionista. “Carnes mal cozidas, especialmente aves e carne moída, pois podem abrigar bactérias como Salmonella e E. coli. Assim, cozinhar esses alimentos de forma inadequada pode permitir que esses patógenos sobrevivam e causem intoxicação; frutos do mar crus ou insuficientemente cozidos, como peixes crus, ostras e outros frutos do mar, pois podem conter bactérias, parasitas e toxinas para o corpo do homem. Consumi-los crus ou mal cozidos aumenta o risco de intoxicação alimentar, como a infecção por Vibrio ou Norovírus; ovos crus ou mal cozidos, podem conter Salmonella, assim maionese caseira ou molhos podem representar um risco”, diz o especialista. 
Vegetais e laticínios também entram na lista de alimentos perigosos. “Há risco em produtos lácteos não pasteurizados, pois o leite não pasteurizado e produtos lácteos feitos com leite cru podem conter bactérias como E. coli e Listeria, tornando-os potenciais fontes de intoxicação alimentar; vegetais crus ou mal lavados, especialmente aqueles consumidos com casca, podem conter resíduos de solo ou contaminantes, por isso é importante os higienizar adequadamente”, explica Felipe. 
E ao comer em locais públicos, atenção! A intoxicação alimentar pode acontecer com frequência. “Alimentos de alto risco em buffets e restaurantes self-service, em locais onde os alimentos ficam expostos por longos períodos, podem ficar fora da faixa segura de temperatura e se tornar propensos a contaminação”. Por fim, alimentos enlatados danificados ou com vazamentos também podem permitir a entrada de bactérias ou toxinas, tornando-os um grande risco para a saúde.
Quais são os tratamentos para intoxicação alimentar?
Não há um remédio para intoxicação alimentar específico, mas sim uma série de medidas de tratamento para o problema. De acordo com Felipe França, o primeiro ponto a ser observado é a desidratação. “A desidratação é comum durante a intoxicação alimentar devido à perda de líquidos através da diarreia e vômitos. Sendo assim, consumir água, soluções de reidratação oral ou bebidas esportivas com eletrólitos é muito importante”, diz. 
O funcionamento intestinal deve ser regulado também. “É importante o uso de probióticos, alguns estudos sugerem que probióticos podem ajudar a restaurar o equilíbrio das bactérias intestinais após uma intoxicação alimentar. Pesquisas continuam a explorar cepas probióticas específicas para esse fim”, reforça o nutricionista.
Comer bem também é essencial para a recuperação de uma intoxicação alimentar. O nutricionista explica que a preferência deve ser para alimentos mais leves. “Comer alimentos leves e de fácil digestão, como arroz, maçãs ou banana, pode ajudar a acalmar o estômago e fornecer nutrientes essenciais”, diz Felipe.
Higienização de alimentos é uma boa forma de prevenção do problema
Como a maioria dos germes não pode ser visto a olho nu, nem sempre é possível evitar a intoxicação alimentar. No entanto, é possível minimizar as chances de contaminação por meio de uma prevenção básica. “Evitar comer em lugares em que a higiene é visivelmente “ruim”; evitar o consumo de frutas e verduras sem higiene básica, além de ter cuidado com o consumo de alimentos na rua. Quando em casa, lembrar de fazer o processo de higienização de frutas e verduras corretamente quando chegamos das compras”, recomenda Felipe.
O nutricionista lembra como deve ser feita essa higiene: “Alimentos devem ser higienizados com hipoclorito e não com vinagre. Algumas marcas de água sanitária tem o símbolo que indica que o produto pode ser utilizado em alimentos, utilize na proporção correta de 1 col. sopa cheia para 1 litro de água, lembrando que, logo após, devemos passar os alimentos e latas em água corrente”, finaliza Felipe. 



