O infarto do miocárdio é uma das principais complicações da hipertensão e é causado pela obstrução prolongada do fluxo sanguíneo que chega ao coração. Como consequência, o músculo cardíaco pode sofrer danos sérios. Um momento tão impactante como esse pode causar o que os médicos chamam de depressão pós-infarto, uma condição que aumenta os riscos de morte para o paciente.
Pessoas que infartam têm mais chance de ter depressão
De acordo com a cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto, a depressão é três vezes mais frequente entre os pacientes que sofrem infarto do que na população em geral. Para muitos, o infarto é capaz de modificar a forma de ver o mundo e de levar a vida, além de gerar muita ansiedade e de atrapalhar também a autoestima.
“A depressão gera um sentimento de culpa, temor da morte, baixa autoestima, autoimagem distorcida e pode piorar o autocuidado do paciente”, afirma a profissional. Algumas pessoas deprimidas tendem a abandonar o tratamento e a suspender as medicações por não verem sentido na vida e por não terem prazer de cuidar de si mesmas, o que representa um grande risco para o paciente.
Depressão pós-infarto tem tratamento
Segundo a médica, acredita-se que na maioria dos casos a depressão pós-infarto é apenas a manifestação de uma condição que já estava em andamento antes do ataque cardíaco e os sintomas apenas se agravaram ou se tornaram mais evidentes depois do episódio.
Ao notar alguma mudança de comportamento, um profissional da área pode aplicar questionários que avaliam o paciente, ajudam a compreender seu quadro e a graduar as várias formas de depressão. Identificado o problema, é necessário combatê-lo. “Há tratamentos como psicoterapia, terapia ocupacional, atividade física ao ar livre, medicamentos e estabilizadores do humor que ajudam o paciente com esta condição”, completa Ana Catarina.
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