Os medicamentos para desentupir o nariz são vasoconstritores, ou seja, têm a função de contrair os vasos sanguíneos. Quando utilizados, o fluxo de sangue nos vasos diminui, o que resulta na regressão do inchaço (edema) da mucosa e na diminuição da produção de muco. Dessa forma, os indivíduos conseguem voltar a respirar normalmente, sem dificuldades.
“Esses medicamentos vasoconstritores causam no nariz um efeito que se dá, principalmente, sobre as conchas nasais, que são, em parte, responsáveis pela obstrução nasal”, explica o otorrinolaringologista Henrique Garchet. É essencial que tais remédios tenham sempre indicação médica, já que seu uso indiscriminado pode trazer efeitos adversos.
Tipos de descongestionantes nasais e como usá-los corretamente
A sensação de alívio provocada pelos descongestionantes é passageira, o que significa que eles não tratam aquilo que provoca os sintomas e o quadro como um todo. São importantes mesmo assim, pois amenizar o incômodo ajuda bastante o andamento do tratamento. Todavia, a falta de conhecimento faz com que muitas pessoas usem esse remédio desenfreadamente, criando, assim, uma dependência.
Os descongestionantes podem ser encontrados de diferentes formas, em comprimidos ou em gotas, via oral, por exemplo. De acordo com o especialista, a diferença entre as duas está no alcance do efeito de contração dos vasos. “Quando se toma um comprimido descongestionante via oral é esperado que essa medicação cause um efeito vasoconstritor em todos os vasos sanguíneos do corpo. Já as soluções nasais líquidas que contém descongestionantes tem um efeito mais local”.
O que usar para desentupir o nariz além dos medicamentos descongestionantes?
Além do uso dos medicamentos descongestionantes, Henrique recomenda ao tratamento a aplicação de solução fisiológica para ajudar a resolver o problema do nariz entupido. “O que se deve usar com frequência para o nariz entupido é a solução fisiológica, que, além de tudo, é quase isenta de efeitos colaterais. Como o mesmo não ocorre com os descongestionantes, estes devem ser indicados somente em casos específicos”, conclui Garchet.
Dr. Henrique Garchet é otorrinolaringologista, membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (Aborl-CCF) e membro efetivo da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face. CRM-MT: 7805
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