Os medicamentos antipsicóticos, como sugere o nome, são utilizados em quadros com sintomas psicóticos, com destaque para a esquizofrenia. Sua função é amenizar essas manifestações, de modo que o paciente possa alcançar a estabilização emocional e psicológica necessária para manter uma boa qualidade de vida.
Atuação dos antipsicóticos na mente
“Os antipsicóticos ou neurolépticos são classificados em típicos (ou de primeira geração) e atípicos (ou de segunda geração). Esta divisão se deve, basicamente, ao mecanismo de ação do remédio, que nos típicos resulta no bloqueio de receptores da dopamina (D), enquanto nos atípicos o bloqueio é feito aos receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos (5HT)”, explica o psiquiatra Marcelo Calcagno.
Segundo o médico, esses remédios são fundamentais para controlar sintomas como alucinações e delírios, ajudando o pensamento a ficar “mais na realidade”. Auxiliam ainda na ação de antidepressivos e na amenização de outros sinais, como agitação psicomotora, agressividade e impulsividade. “Também podem atuar como reguladores de humor e controlar tiques motores e vocais”.
Diferentes usos dos medicamentos antipsicóticos
Os antipsicóticos são indicados em qualquer transtorno que curse com sintomas psicóticos, não apenas a esquizofrenia. Tratamentos de transtorno de humor bipolar, transtorno de tiques e Tourette também se beneficiam desses medicamentos. Os remédios servem ainda como coadjuvantes em outros transtornos, como o de ansiedade, o depressivo maior e o de espectro autista (TEA).
“Os antipsicóticos podem atuar tanto como a principal medicação de um determinado quadro, como um ‘coringa’, quanto como um coadjuvante em diversos transtornos”, informa Marcelo. Além de serem extremamente eficazes no que se propõem, esses remédios se destacam pela versatilidade e por isso tudo são tão importantes.
Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua em Florianópolis (SC). CRM-SC: 10573
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