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Carioca moradora de Brasília vence depressão com ajuda da família e tratamento

Depressão

19 de outubro de 2023

Apesar de pesquisas evidenciarem que os fatores genéticos possuem grande influência no desenvolvimento da depressão em uma pessoa, eventos externos também podem contribuir para a manifestação da doença. Uma mudança de brusca na rotina, que gera dificuldade de adaptação, por exemplo, pode contribuir para o desenvolvimento deste quadro.  

Foi o que aconteceu com Carmen Silvia M.A.M., de 50 anos, moradora de Brasília. Há 8 anos ela, que é carioca, e sua família se mudaram para o Distrito Federal, o que foi um baque e tanto para a artesã. “Não conseguia me adaptar à cidade, com isso acabei ficando cada vez mais deprimida pois não tinha meus familiares, amigos ou qualquer atividade social. Meus filhos iam para a escola, o marido ao trabalho e eu acabava me isolando em casa”, conta.

Relutância em buscar ajuda profissional é normal, mas não pode ser prolongada

O estranhamento ao novo ambiente fez com que os sintomas depressivos aos poucos começassem a aparecer e a tristeza invadiu Carmen de tal modo que ela não conseguia fazer mais nada. “Tudo tomava uma dimensão enorme”, diz a artesã. Como se trata de uma doença estigmatizada, os primeiros indícios da depressão foram reprimidos e houve uma certa relutância para procurar a ajuda de um psiquiatra.   

Essa negação inicial é, infelizmente, bastante comum, mas não deve ser prolongada, já que a recuperação é menos custosa quando o tratamento é iniciado nos primeiros estágios da doença. “Deve-se mostrar ao indivíduo que ele está diferente há algum tempo e que conversar com algum profissional pode colaborar para entender o problema”, recomenda a psiquiatra Elaine Henna.

Suporte da família e terapia são grandes aliados no tratamento

Com o suporte da família, Carmen não demorou muito para começar a se tratar e hoje leva uma vida normal. “Me sinto forte para fazer o que me deixava paralisada. Sou uma pessoa muito melhor e cada dia mais capaz. Comecei a costurar por terapia e hoje consigo trabalhar com artesã”, diz.

Ela também destaca o bom relacionamento que leva com seu médico, o que tem sido fundamental para o sucesso do tratamento. “Meu médico me trata há 6 anos e tenho total confiança nele. Falamos sobre medicação e qualquer reação que possa haver. Considero nossa relação muito boa e respeitosa”, conclui.

Dra. Elaine Aparecida Dacol Henna é psiquiatra formada pela Universidade de Mogi das Cruzes e atua em Sorocaba (SP). CRM-SP: 66403   

Foto: Shutterstock

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