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    Transtorno bipolar: dicas para pacientes manterem rotina na quarentena

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    Durante esse período de isolamento social da quarentena, em função da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), percebe-se um aumento da preocupação com a saúde mental das pessoas. Por isso, estão sendo cada vez mais difundidas dicas de hábitos e cuidados diários para controlar o estresse, a ansiedade e a apreensão gerados pelo momento atual. No entanto, a solução não é tão simples para quem já sofre de transtornos psiquiátricos, como os pacientes com transtorno bipolar.

    Esse grupo específico de pessoas não apenas é mais suscetível a desenvolver reações negativas pelos estímulos mentais provocados em situações atípicas como a atual, mas também pela diminuição do contato com profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. Para os pacientes em questão, bem como para indivíduos que sofrem de outros transtornos psiquiátricos, manter as orientações fornecidas e os tratamentos propostos por esses especialistas é crucial para que os sintomas sejam mantidos sob controle.

    Quais são os sintomas do transtorno bipolar?

    Os pacientes com transtorno bipolar podem apresentar alternância entre episódios depressivos e episódios de euforia, humor exaltado ou irritável. Segundo o Ministério da Saúde, sensação de extremo bem-estar, aumento da energia, aceleração do pensamento e da fala, impulsividade, irritabilidade  e redução da necessidade de sono (sentir-se bem dormindo muito pouco) fazem parte das fases de euforia, enquanto as fases de depressão são marcadas por humor deprimido, fadiga, desânimo, perda do interesse e do prazer em atividades outrora prazerosas, sentimentos de culpa e de inutilidade, mudanças no apetite e no sono (insônia ou aumento do sono) e/ou pensamentos de morte, dentre outros. Ansiedade também pode estar associada ao transtorno bipolar.

    O contraste de humores nos episódios acima descritos tem repercussões muito negativas, e exige tratamento constante, feito com medicações e outras medidas, como explica a psiquiatra Érika Mendonça: “Além do tratamento medicamentoso, é importante que o paciente faça psicoterapia, que pode auxiliar na melhor compreensão e identificação dos sintomas, além do desenvolvimento de estratégias para lidar com estressores, que são potenciais desencadeadores de crises”.

    Durante a quarentena, essas repercussões podem ser mais complicadas. O paciente com transtorno bipolar pode ser duplamente impactado pela pressão psicológica de uma quarentena. Na fase depressiva, pode parar de se cuidar, não seguindo recomendações de higiene, como lavar as mãos, usar álcool em gel, máscaras e luvas quando necessário, aumentando as chances de contágio. Na fase eufórica, por outro lado, o paciente pode adotar um comportamento mais impulsivo, ignorando a prudência necessária e, por isso, também aumentando suas chances de contágio.

    Manter o tratamento dentro de casa é fundamental

    O transtorno bipolar ainda não tem cura, mas pode ser controlado, o que ajuda a evitar a descompensação desse transtorno psiquiátrico, a prevenir um agravamento do quadro e a diminuir os pensamentos suicidas, melhorando a qualidade de vida do paciente. Em tempos de isolamento social, o tratamento proposto pelo especialista deve ser levado ainda mais a sério, mesmo que remotamente.

    Uma das maneiras de mantê-lo é seguir o contato com os especialistas que acompanham o quadro (psicólogos, por exemplo) por meio de atendimentos remotos on-line. Muitos desses profissionais, também isolados em casa, estão apostando nesse recurso para continuar trabalhando sem abrir mão da segurança e, assim, mantendo o tratamento de seus pacientes. Portanto, você não ficará desamparado, só precisa se adaptar às novas circunstâncias.

    Quem é diagnosticado com transtorno bipolar deve poder contar também com o auxílio de amigos e familiares, muito importantes ao longo de toda a vida, mas principalmente nesta época de isolamento. Para isso, use a tecnologia a seu favor: ligue para os membros da sua família, faça chamadas de vídeo com seus amigos, converse sobre a rotina e troque ideias de receitas e de atividades para fazer em casa.

    Tratamento dá a base para que você consiga e queira cuidar de si mesmo

    Com o suporte dos profissionais de saúde e de pessoas próximas e com o uso adequado do medicamento, fica mais fácil reagir bem à tensão do isolamento e entender que de nada adianta se desesperar neste momento (algo que costuma ser bem assimilado por quem não sofre com transtornos mentais, porém que pode ser bem mais difícil para pacientes com esse tipo de doença). Sem tratamento, a tendência é que as emoções do paciente se descontrolem e aumentem, em um efeito “bola de neve”.

    A manutenção do tratamento adequado também permite que o paciente tenha motivação para se ajudar, buscando adotar em sua rotina hábitos e práticas saudáveis para o corpo e para a mente. Ter uma alimentação balanceada e nutritiva, não fumar, não usar drogas e nem ingerir bebidas alcoólicas são alguns exemplos importantes.

    A Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) recomenda, por exemplo, tomar banhos de água quente durante 15 minutos para se acalmar diante de um momento de irritação. A instituição também aconselha fazer atividades físicas (separe um espacinho na sala de casa para alguns exercícios aeróbicos), manter uma rotina de sono de 7 a 8 horas por dia e fazer tarefas que não exigem muita concentração, como limpar a casa.

    Dados do Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2919-30-3-dia-mundial-do-transtorno-bipolar

     Dados da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA):http://www.abrata.org.br/lidando-com-a-irritabilidade-quando-se-tem-transtorno-bipolar-2/

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