H.Pylori
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O estresse pode agravar as úlceras causadas pela H. pylori?
A Helicobacter pylori, também conhecida como H. pylori, é uma bactéria transmitida pela saliva, fezes e alimentos contaminados e, que quando chega ao estômago de alguém que ainda não havia sido contaminado, pode gerar uma infecção e provocar úlceras estomacais. Neste contexto, é preciso tomar cuidado para que o estresse não agrave o problema. Estresse pode facilitar úlceras e dores abdominais “Sabe-se que situações de estresse estão associadas à maior acidez gástrica que, em pacientes infectados pela H. pylori, pode predispor à formação de úlceras”, afirma o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos. A úlcera pode estar acompanhada de enjoos, vômitos, dores abdominais e até sangue nas fezes. Além disso, vale lembrar que uma pessoa estressada tem maior tendência a dormir mal, sofrer de ansiedade, abusar de cigarros, de bebidas alcoólicas e de medicações. Todos esses fatores contribuem para a desestabilização do sistema imunológico e, consequentemente, para o surgimento e a piora das úlceras causadas pela bactéria. É possível frear uma piora das úlceras causadas pela H. pylori? Para impedir que o problema se agrave, segundo o médico, é importante controlar o estresse. Algumas medidas que podem ajudar são praticar atividades físicas, dormir bem e evitar situações estressantes no dia a dia, como no trabalho e na família. Caso seja necessário, não hesite em procurar o auxílio de um psicólogo. É primordial também fazer o tratamento contra a H. pylori. Existem ainda outras medidas que podem ajudar a prevenir uma piora das úlceras estomacais. “O ideal é evitar o tabagismo, ter uma dieta equilibrada e sem abusos, evitar bebidas alcoólicas, diminuir o consumo de café e refrigerantes, ter refeições fracionadas e evitar grandes intervalos de jejum”, recomenda o especialista. Foto: Shutterstock
É possível amenizar os sintomas causados pela infecção do H. pylori?
A infecção provocada pela bactéria H. pylori provoca uma série de sintomas, sendo a dor abdominal o mais importante. Este quadro específico é marcado, muitas vezes, pela formação de úlceras (feridas) no estômago, complicação esta que exige atenção e cuidados. Com o tratamento adequado, é possível amenizar os sintomas sem muitos problemas. Cuidados com alimentação ajudam a amenizar sintomas “Amenizar os sintomas causados pela infecção do H. pylori é possível e com medidas simples. Uma alimentação de boa qualidade, com consumo preferencial de vegetais, carne branca e evitando excesso de molhos, condimentos e industrializados, já é uma boa maneira de controlar o desconforto trazido pelo quadro”, informa a gastroenterologista Fernanda Oliverio. Ainda segundo a especialista, alimentos probióticos, como iogurte natural, kefir e kombucha, também podem ser aliados no controle dos sintomas provocados pelo H. pylori. A hidratação é outra recomendação importante no tratamento, pois é comum o paciente sofrer com perda de líquido, seja via diarreia ou vômitos. Tratamento medicamentoso contra infecção do H. pylori Além disso, é essencial apostar no tratamento medicamentoso, seja para combater a bactéria (antibióticos) ou também para controlar os incômodos já mencionados (dor abdominal, febre, diarreia, etc.). Vale ressaltar ainda a relevância de se respeitar rigorosamente o tempo de uso dos medicamentos definido pelo médico, no sentido de não comprometer os efeitos desejados. “Porém, um médico sempre deve ser consultado para avaliar a necessidade ou não de uso de antibióticos para o tratamento dessa bactéria”, ressalta a gastroenterologista. Dependendo da intensidade do quadro, este tipo de remédio pode não ser necessário. Existe até mesmo a possibilidade do problema se resolver sem a interferência de fármacos, nas situações mais brandas. Foto: Shutterstock
A infecção da H. pylori é fator de risco para o câncer gástrico?
O câncer gástrico, também conhecido como câncer de estômago, é o terceiro tipo da doença mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Trata-se de um problema que pode ser causado tanto por hábitos de vida quanto por doenças, como a infecção causada pela bactéria H. pylori. Maioria dos casos de úlceras estomacais é causada pela H. pylori “Boa parte das úlceras benignas no estômago, cerca de 30 a 60% dos casos, e a maioria das úlceras no duodeno, entre 50 e 80% dos casos, é causada pela Helicobacter pylori. Sabemos disso por vários motivos, mas principalmente porque, se a bactéria for tratada e não houver outras causas, como uso de anti-inflamatórios, as úlceras não voltam mais”, explica o gastroenterologista Stéfano Gonçalves. A fim de se prevenir contra uma nova infecção da bactéria, é imprescindível higienizar corretamente verduras, frutas e legumes antes do consumo, lavar as mãos antes das refeições, evitar contato com água ou solo contaminados e evitar compartilhar talheres e outros itens pessoais. Vale lembrar que os sintomas da infecção pela H. pylori, como desconfortos abdominais, náuseas, vômitos e perda de apetite, podem ser confundidos com outros problemas estomacais. Por isso, para evitar maiores complicações, é fundamental buscar ajuda médica logo que sentir os sintomas. Hereditariedade aumenta o risco de desenvolver câncer gástrico Embora a genética influencie o surgimento de casos de câncer de estômago, aumentando os riscos em aproximadamente três vezes, o médico esclarece que apenas os casos na família, como fator isolado, não são capazes de desencadear o quadro. “O câncer gástrico surge quando, além do fator genético, ocorre uma inflamação crônica do estômago ao longo de décadas, sendo a principal causa dessa inflamação a infecção pela bactéria Helicobacter pylori”, informa o especialista. A infecção pela H. pylori, por sua vez, tem relações com fatores sanitários e não genéticos, como o contato com água ou alimentos contaminados ou com fezes de um portador da bactéria. Segundo o médico, tratar a infecção, especialmente em pacientes com histórico familiar de câncer gástrico, reduziria o risco de câncer, uma vez que se interromperia a ação inflamatória desencadeada pelo micro-organismo. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA): https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-estomago
Interromper o tratamento da infecção causada pela H. pylori oferece riscos? Quais?
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% da população dos países industrializados está infectada pela bactéria H. pylori, mas os números são ainda maiores em países em desenvolvimento, atingindo 90% da população. A doença afeta o estômago e o intestino, podendo causar sintomas como dores abdominais, náuseas, vômitos, perda de apetite e até complicações mais graves como úlceras gástricas e duodenais e câncer de estômago. Será que interromper o tratamento dessa infecção bacteriana oferece riscos? Entenda! Interromper o tratamento pode comprometer as chances de cura “Abandonar o tratamento no meio, além de aumentar o risco de que a bactéria continue, pode piorar a resistência bacteriana aos antibióticos, fazendo com que tratamentos posteriores tenham que utilizar antibióticos mais potentes, com mais efeitos colaterais e cada vez menor chance de cura”, explica o gastroenterologista Stéfano Gonçalves. Além disso, o médico esclarece que a persistência da bactéria no estômago é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de estômago. De acordo com pesquisas científicas recentes, a inflamação desencadeada pela bactéria leva a alterações progressivas na mucosa do estômago que podem culminar no aparecimento do câncer. Esses estudos demonstraram que a erradicação da H. pylori reduz as chances de câncer gástrico para menos da metade mesmo nos portadores da bactéria que têm casos desse tipo de câncer na família. Como é feito o tratamento para H. pylori? O tratamento é feito com medicamentos antibióticos e dura, em média, 14 dias. Algumas medidas de higiene também devem ser associadas, uma vez que a infecção ocorre por meio do contato com água, solo e alimentos contaminados. É recomendado lavar bem as mãos e alimentos, como verduras, frutas e legumes, não compartilhar itens pessoais e evitar o contato com áreas que podem estar contaminadas. É indicado também que, durante o tratamento para H. pylori, o paciente adote alguns cuidados com a alimentação. Medidas simples podem amenizar os sintomas causados pela infecção, como evitar café, refrigerante, molhos, condimentos e alimentos industrializados, manter o corpo bem hidratado e ter uma dieta leve e equilibrada, priorizando frutas, legumes e verduras. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/bulletin/archives/79(5)455.pdf
Quem já teve úlceras causadas pela H. pylori pode voltar a sofrer com o problema?
As úlceras causadas pela H. pylori podem provocar bastante dor nos pacientes infectados. Para diminuir o incômodo causado por esse problema e controlar a reprodução da bactéria no estômago, é preciso procurar ajuda médica e tratar a infecção. No entanto, é importante lembrar que quem já teve esse quadro pode voltar a apresentar úlceras estomacais. Úlceras causadas pela H. pylori podem reaparecer “Mesmo após a pessoa ter realizado tratamento com antibiótico e ter erradicado a bactéria, ela pode se reinfectar. A contaminação da bactéria Helicobacter pylori ocorre por meio da ingestão de água e alimentos contaminados e contato direto com saliva, copos e talheres contaminados”, afirma a gastroenterologista Amanda Medeiros. De acordo com a médica, para se prevenir de uma nova infecção causada pela H. pylori, é essencial higienizar verduras, legumes e frutas antes do consumo, sempre com água limpa, além de lavar as mãos com água e sabão antes de fazer as refeições e evitar dividir talheres, copos e escovas de dentes com outras pessoas. Saiba como se prevenir da H. pylori Estas medidas devem ser adotadas por todas as pessoas, mas são ainda mais importantes para quem tem um ou mais fatores de risco para H. pylori. “A infecção é mais prevalente em indivíduos negros. Não se conhece a razão exata desse fenômeno. Acredita-se que seja determinado pela contribuição de fatores socioeconômicos, ambientais e práticas culturais, além de possível predisposição genética”, informa Dra. Amanda. Para evitar um novo caso de infecção e as úlceras causadas pela H. pylori, é preciso entender também que problemas habitacionais também estão entre os fatores de risco. “Em todos os estudos, a higiene precária e as más condições de moradia, particularmente a ausência de saneamento básico e de fornecimento de água encanada, estiveram associadas à maior taxa de aquisição da H. pylori“, explica a médica, que continua: “As descrições de surtos de infecção pela bactéria observados em famílias, causados por cepas geneticamente idênticas, confirmam o alto risco de infecção em pessoas que vivem agrupadas”.
H. pylori: Como é feito o diagnóstico dessa infecção?
Para fazer o diagnóstico da infecção causada pela bactéria H. pylori, e então poder começar o tratamento, médico e paciente podem recorrer a vários exames diferentes. Existem tanto testes não invasivos, como o exame de fezes e o exame de sangue, quanto métodos invasivos. A gastroenterologista Amanda P. Medeiros explica como é feito cada um desses testes. Exame de fezes é opção para diagnosticar H. pylori Um dos exames não invasivos é o teste sorológico, mais conhecido como exame de sangue. “O teste sorológico é o menos recomendado, por ser menos sensível e específico”, afirma a médica. Esse exame não é recomendado para regiões em que a infecção atinge menos que 30% da população e não deve ser usado para avaliar o quadro de saúde do paciente após o tratamento. Uma opção melhor para o diagnóstico da infecção de H. pylori é o exame de fezes, também chamado de teste de antígeno fecal. “A pesquisa do antígeno nas fezes tem boa sensibilidade e especificidade, maiores que 92%, e pode ser realizada nos pacientes que não precisam realizar endoscopia digestiva alta”, explica a especialista. Conheça o exame mais recomendado para o diagnóstico Já o teste respiratório de ureia é ainda mais eficiente que o exame de fezes, sendo o mais recomendado para os pacientes que não precisam fazer endoscopia. Segundo a gastroenterologista, é feita a ingestão de ureia marcada com carbono e, em seguida, a expiração do ar em um aparelho respiratório. Se a H. pylori ainda estiver no estômago, ela quebrará a ureia e liberará uma grande quantidade de gás carbônico, que será detectada pelo aparelho. Já o método invasivo é a biópsia feita por endoscopia. “A biópsia pode ser realizada nos pacientes que já precisariam se submeter ao exame de endoscopia, como os que apresentam perda de peso, dor epigástrica severa, disfagia, vômitos e sangramento digestivo, os maiores de 60 anos e os que apresentam anemia por deficiência de ferro”, informa Dra. Amanda. Foto: Shutterstock