A diarreia em crianças é classificada em dois tipos, aguda e crônica, os quais se distinguem pelo seu tempo de duração. A aguda costuma se manter por menos de duas semanas, enquanto a crônica ultrapassa este período. Cada uma se manifesta por causas distintas, em função de suas particularidades.
“Em crianças, a diarreia aguda (menos de 14 dias de duração) é, em sua maioria, de etiologia infecciosa, sendo as virais (rotavírus, adenovírus) as mais frequentes, seguidas pelas bacterianas e parasitárias. Na diarreia persistente/crônica (mais de 14 dias de duração) as principais causas são síndrome pós-enterites, intolerância à proteína do leite da vaca, intolerância à lactose e enteroparasitoses (giardíase)”, comenta o gastroenterologista Alexandre de Souza Carlos.
Desidratação deve ser combatida pelos pais
O principal cuidado que os pais devem ter quando os filhos estiverem com diarreia é evitar a desidratação. “Para isso, é importante estimular a oferta de líquidos sempre após cada evacuação. Em algumas situações pode-se ofertar soro caseiro. Nos casos de desidratação grave (olhos fundos, urina concentrada e em pequena quantidade, boca seca, sonolência), os pais devem procurar atendimento médico”.
De acordo com a pediatra Mariana Facchini Granato, além dos cuidados com a hidratação a criança deve receber uma dieta leve, mas sem deixar de se alimentar. “Também é preciso ter cuidado com a região perineal, visando evitar assaduras, que frequentemente aparecem nos quadros de diarreia, principalmente quando a criança ainda usa fraldas”, completa a médica.
Perigos da diarreia aguda
Apesar de geralmente ser autolimitada, requerendo apenas cuidados domiciliares, a diarreia aguda é considerada perigosa em crianças imunodeprimidas ou que não melhoraram com o tratamento caseiro. “Nestes casos, pode ocorrer desidratação grave, distúrbios hidroeletrolíticos, insuficiência renal aguda e até choque. Para evitar tais complicações, os pais devem estar sempre alertas aos sinais de gravidade”, explica Alexandre.
Zinco é um importante aliado contra a diarreia
De acordo com o cirurgião geral e coloproctologista Dr. Leonardo Estenio Iezzi, o zinco também cumpre papel importante no processo. “O zinco é um mineral importante que atua como cofator em diversos metabolismos das proteínas, carboidratos e lipídeos”, explica. “Sua deficiência torna frágil todos esses mecanismos, podendo interferir na absorção dos alimentos e de água, levando ao aumento do trânsito intestinal, da produção de muco e, consequentemente, à diarreia”.
Considerando os hábitos alimentares do brasileiro, a suplementação do zinco na dieta é bem simples, segundo o médico “Ele está presente em vários alimentos habituais ao brasileiro, como carnes vermelhas, frango, germe de trigo, alguns frutos do mar (lagosta, mariscos), semente de girassol e a tradicional castanha do Brasil (castanha do Pará)”, completa.
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