A gravidez é um período de muitas transformações físicas e mentais no corpo da mulher. Uma delas é o aumento dos níveis de colesterol, uma gordura transportada pelos vasos sanguíneos e que é muito importante para a construção de células e de hormônios, mas que em excesso pode gerar problemas ao organismo.
Mudanças hormonais aumentam taxa de colesterol das grávidas
“A elevação dos níveis de colesterol é comum na gravidez e pode aumentar em até 60%. O motivo principal são as alterações hormonais de estrógeno, progesterona e do hormônio placentário”, explica o cardiologista Ricardo Rodrigues. É preciso também destacar outros fatores que também favorecem o aumento do colesterol, como hipotireoidismo e diabetes gestacional.
O médico afirma que, de maneira geral, não existem maiores riscos para a saúde da mãe e do bebê, com exceção dos casos em que a mãe é portadora da hipercolesterolemia familiar, uma doença transmitida geneticamente em que o colesterol aumenta significativamente. O tratamento desse problema é feito com substâncias não recomendadas durante a gravidez e a lactação.
Os riscos do aumento do colesterol na gravidez
“Os riscos mais frequentes são o desenvolvimento da aterosclerose e o aumento de fenômenos trombóticos, como trombose de veia e embolia pulmonar”, destaca Rodrigues. Já em relação ao bebê, segundo o cardiologista, existem descrições de início de estrias de gorduras nas artérias do recém-nascido, que representa o início da aterosclerose.
Para o profissional, uma alimentação saudável é a chave para controlar e reduzir os níveis de colesterol durante a gravidez com segurança. Ele aconselha diminuir o consumo de produtos com gordura saturada e aumentar a ingestão de fibras, mantendo o peso e praticando exercícios recomendados para a gravidez. Há também a possibilidade de uso de resinas que impedem a absorção do colesterol.
Dr. Ricardo José Rodrigues é cardiologista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL)e atua em Londrina (PR). CRM-PR 11852
Foto: Shutterstock