Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, os ossos do corpo humano são compostos por um tecido vivo que está em constante processo de renovação ao longo da vida. Este processo é definido pela remoção das áreas envelhecidas dos ossos (reabsorção) e pela consequente formação de novas células ósseas. Desta forma, a área envelhecida pode ser substituída pelas novas células, garantindo a renovação.
Com o envelhecimento, é natural que este processo sofra um desequilíbrio, onde a remoção das áreas envelhecidas torna-se mais intensa do que a formação de novas células. Como resultado deste desequilíbrio, temos a diminuição progressiva da massa óssea. Nos casos em que esta diminuição ainda é leve, temos uma condição denominada Osteopenia. Já nos casos em que esta diminuição é mais severa, temos uma condição denominada Osteoporose.
A Osteoporose pode ocorrer em ambos os sexos, porém possui maior incidência nas mulheres, principalmente após a menopausa. Esta diferença entre os gêneros possui relação com o hormônio estrogênio, que sofre considerável queda nas mulheres após a menopausa.
O estrogênio possui diversas ações sobre o metabolismo ósseo:
- Induz a apoptose (morte programada) das células responsáveis pela reabsorção óssea, os osteoclastos. Desta forma, os osteoclastos permanecem em funcionamento apenas pelo período necessário, evitando assim a reabsorção óssea excessiva;
- Estimula a absorção de cálcio pelo intestino;
- Favorece a dilatação das veias e artérias, aumentando indiretamente a irrigação sanguínea e o aporte de cálcio ao osso e consequentemente contribuindo para a sua mineralização;
- Estimula a síntese de colágeno tipo I (colágeno presente nos ossos);
- Inibe fatores estimuladores de osteoclastos ou aumenta fatores inibidores de osteoclastos, quando ligado aos osteoblastos (células responsáveis pela formação do novo osso).
Desta forma, a queda acentuada dos níveis de estrogênio, que ocorre nas mulheres após a menopausa, induz e acelera a atividade de reabsorção óssea, contribuindo para a perda óssea excessiva e sustentada ao longo do tempo.
Referências:
- Amadei SU, Silveira VAS, Pereira AC, Carvalho YR, Rocha RF. A influência da deficiência estrogênica no processo de remodelação e reparação óssea. J. Bras. Patol. Med. Lab. [Internet]. 2006 Fev [acesso em 04 jan 2018];42(1):5-12. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442006000100003
- Campos MLG, Corrêa MG, Velasco FG, Sallum EA, Junior FHN, Casati MZ, Sallum AW. A deficiência de estrogênio e a osteoporose como paradigmas atuais em periodontia. R. Periodontia [Internet]. 2009 Set [acesso 04 jan 2018];19(3). Disponível em: http://www.revistasobrape.com.br/arquivos/set_2009/artigo9.pdf
- Grupo Editorial Moreira Jr. Etiopatogenia da osteoporose [Internet]. [acesso 04 jan 2018]. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=558