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Qual a diferença entre transtorno obsessivo compulsivo e mania?

Transtornos

Por Dra. Mônica Melo

19 de outubro de 2023

Você já conheceu alguma pessoa que tem o hábito de checar mais de uma vez se o fogão está desligado antes de sair de casa? Algum amigo que sempre anda com o álcool gel na bolsa porque tem mania de estar com as mãos sempre limpas e medo de se contaminar? Para muitos pode parecer besteira ou frescura, mas se essas situações se tornam excessivas e vêm acompanhadas de outras compulsões, é possível que ele esteja sofrendo de transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

A psiquiatra Mônica Melo, explica que é fácil diferenciar uma simples mania do TOC: “Quando as obsessões e compulsões consomem um tempo significativo do dia do indivíduo, geram sofrimento nele e em seus familiares e também comprometem a sua vida social, ocupacional, acadêmica e seu funcionamento de forma geral, significa que o paciente sofre de TOC”.

Fique atento aos sintomas do transtorno obsessivo compulsivo

Antes de ficar na dúvida se você ou algum familiar/amigo tem transtorno obsessivo compulsivo, a especialista criou uma lista com os principais sintomas de quem está sofrendo da doença. Confira abaixo:

  • Obsessões de contaminação associadas a compulsões de lavagem;
  • Dúvidas excessivas seguidas de verificações;
  • Obsessões e compulsões envolvendo ordem/simetria ou exatidão;
  • Pensamentos de conteúdo inaceitável (violência, sexuais ou blasfemos);
  • Compulsão por armazenar objetos sem utilidade e dificuldade em descartá-los (colecionismo).

Vale ressaltar que o TOC se apresenta de formas muito diferentes, ou seja, se algum dia você já passou por algum desses sintomas isoladamente, isso não significa que seja transtorno obsessivo compulsivo. Na dúvida, o melhor a se fazer é procurar um médico psiquiatra.

Situações comuns de que tem transtorno obsessivo compulsivo

  • Checar se o fogão está desligado muitas vezes fazendo disso um ritual;
  • Ter medo de tocar em maçanetas ou outros objetos sujos por receio de contaminação;
  • Pensamentos repetitivos evitando tocar em facas ou objetos cortantes com medo de agredir alguém;
  • Verificar se a porta está fechada diversas vezes antes de dormir;
  • Checar se os objetos estão sempre no mesmo lugar;
  • Outras compulsões e verificações atípicas;

Quais os tratamentos eficazes para o TOC?

Segundo Dra. Mônica, o tratamento para o TOC pode ser medicamentoso, psicoterápico ou cirúrgico nos casos mais graves. “Normalmente, o tratamento é realizado com a associação de remédios ISRS (inibidor seletivo de recaptação de serotonina) e a terapia cognitiva comportamental. Em situações mais graves, procedimentos cirúrgicos, como neurocirurgia funcional e estimulação cerebral profunda, são necessários”, pontua.

A família também tem um papel importante durante o tratamento. “A família deve ajudar o paciente encorajando-o a enfrentar situações que costuma evitar”, conclui a psiquiatra. “É importante sempre alertá-lo quando as verificações e os rituais estiverem em excesso. Além disso, é bom participar conjuntamente dos grupos terapêuticos e ajudar com as medicações”.

Dra. Mônica Melo é psiquiatra e terapeuta cognitiva-comportamental. CRM-DF: 16685

 

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