Pode parecer estranho pensar nisso, mas o nosso intestino tem a sua população própria de seres vivos. O conjunto desses micro-organismos que habitam os tecidos ou órgãos, como o intestino, é chamado de microbiota. Estudos demonstram que a microbiota intestinal tem uma grande importância na saúde do ser humano e é fundamental para o sistema imunológico. Para quem já foi infectado por vírus como o herpes, que não são totalmente eliminados uma vez contraídos, a informação é ainda mais útil. “O herpes é um vírus que está ali esperando uma brecha para reativar, por isso deve-se fortalecer o sistema imunológico”, disse o dr. Alexandre Fabris, dermatologista.
Você já pode ter ouvido falar na microbiota como “flora intestinal”, termo que era usado antigamente e foi abandonado pela comunidade científica. Estima-se que nesse sistema habitam centenas de espécies de bactérias. Mas o que você precisa saber sobre a microbiota é que é possível alimentar os agentes positivos para garantir um bom funcionamento do intestino, e, consequentemente, do sistema imunológico, utilizando os micro-organismos chamados probióticos e prebióticos.
De acordo com o estudo “A influência da alimentação sobre a microbiota intestinal e a imunidade”, bactérias benéficas possuem um papel importante no desenvolvimento das respostas imunes, modulando-as e evitando distúrbios imunológicos. A influência da microbiota no funcionamento do nosso organismo é extensa e, além da imunidade, ela age também sobre o sistema nervoso. Quando há um ‘desequilíbrio’ na microbiota o sistema imunológico e até hormonal podem ser afetados.
Quando se trata da microbiota, saiba que bactérias não são necessariamente negativas. O trabalho “Probióticos e prebióticos: relações com a imunidade e promoção da saúde” mostra que as bactérias benéficas são essenciais para a saúde humana. Quando consumidas, elas podem aumentar o número e a atividade dos microrganismos intestinais com propriedades úteis ao homem. Encontradas nos leites fermentados, as probióticas facilitam a formação da chamada barreira probiótica no intestino, que combate assim as bactérias patogênicas – as que causam doenças. Isso resulta em estímulo do sistema imunológico, facilitando a defesa do organismo.
As bactérias probióticas podem ter efeito positivo para a redução dos níveis de colesterol total com diminuição do LDL colesterol, melhora da digestão de proteínas e aumento da absorção de vitaminas e minerais. A informação consta no trabalho “Aplicação de bactérias probióticas para profilaxia e tratamento de doenças gastrointestinais”, que relaciona também potencial terapêutico das bactérias boas para as doenças do intestino.
Em conjunto com os probióticos, deve-se nutrir a microbiota intestinal com os chamados prebióticos. Eles são ingredientes que não são digeridos, mas fazem bem. A principal função dos prebióticos é estimular o crescimento e ativar o metabolismo de algum grupo de bactérias benéficas do trato intestinal. Ou seja, os prebióticos são diretamente relacionados aos probióticos: são o “alimento” das bactérias probióticas.
O termo pode parecer complicado mas seu consumo é simples: os prebióticos estão disponíveis na forma natural em sementes e raízes de vegetais como a chicória, cebola, alho, alcachofra, aspargo, cevada, centeio, grãos de soja e grão-de-bico. Ou seja, quando associados a hábitos saudáveis de alimentação em geral, os alimentos probióticos e prebióticos fazem a diferença na sua saúde.
Fontes:
VARALLO, M. A.; COSTA, E.S. Probióticos e prebióticos: relações com a imunidade e promoção da saúde. Disponível em: <https://assets.unitpac.com.br/arquivos/Revista/42/6.pdf> Acesso em Out 18.
SOUZA, J.P.; BRENTEGANI, L.M. A influência da alimentação sobre a microbiota intestinal e a imunidade. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/CNTC/article/view/2044/3261> Acesso em Out. 18.
VARALLO, M. A.; THOMÉ, J. N.; TESHIMA, E. Aplicação de bactérias probióticas para profilaxia e tratamento de doenças gastrointestinais. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/3456/2811> Acesso em Out 18.