O herpes, no geral, é um problema associado à boca—aos lábios mais precisamente—por ser conhecido, erroneamente, como a “doença do beijo”. Contudo, o que muita gente não sabe é que esse vírus pode atingir as mais diversas partes do corpo e, apesar do microrganismo não ter grandes diferenças, é necessário seguir tratamentos específicos para cada região. Além dos lábios, os órgãos genitais são, por exemplo, uma área comum de infecções causadas pelo herpes e precisam de cuidados específicos.
Vírus semelhantes, tratamentos diferentes
O herpes labial e genital, chamados de “HSV1” e “HSV2”, respectivamente, podem ser considerados muito similares, quase idênticos, pois se manifestam de maneiras iguais e partem da mesma família do vírus. Como essa infecção é contraída de pessoa a pessoa pelo contato de pele, o herpes genital também aumentou a sua incidência devido às relações sexuais orais. A dermatologista Dra. Sylvia Cysneiros explica mais sobre os dois tipos de vírus responsáveis pela doença. “Ambos os tipos têm tendência à recorrência das lesões, porém no caso de herpes genital essa frequência é cerca de quatro vezes maior”, ressalta a profissional.
Veja as principais diferenças entre herpes labial e herpes genital
Herpes labial: Segundo a dermatologista, o herpes labial pode ser transmitido por contato direto com as lesões e perinatal (parto e aleitamento) enquanto que o genital é transmitido mais frequentemente por relações sexuais.
Herpes genital: No caso do herpes genital, raramente é observada a presença das vesículas, o que torna o diagnóstico precoce mais difícil pela semelhança com outras doenças sexualmente transmissíveis.
Como devemos tratar os herpes simples?
Em geral, tanto no HSV1 como no HSV2, o tratamento passa pelo uso de pomada antiviral. O processo dura de uma a duas semanas (7 a 14 dias). Caso a cicatrização demore, o médico poderá recomendar o uso de outros cremes. No entanto, tanto para herpes genital quanto para a labial, o conselho da Dra. Sylvia é o mesmo: “prevenção”.
“O tratamento de ambos é feito através de medicação antiviral, oral ou tópica, a critério do médico, que deve ser iniciada o mais cedo possível minimizando os sintomas e as chances de transmissão”, finaliza a especialista.
Além disso, é bom evitar alimentos ricos em arginina, como leite, iogurte, bacon, presunto, nozes e castanhas, por exemplo, já que esse aminoácido pode acelerar a replicação viral. Outra dica é a suplementação de lisina, outro aminoácido que pode ser encontrado na alimentação, mas que, em doses mais concentradas, é eficaz no controle da doença e diminuição dos sintomas.