O tabagismo é uma das maiores causas de óbitos ao redor do mundo, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável. O ato de fumar e a exposição passiva à fumaça tóxica do cigarro favorecem o surgimento de diversas doenças, como a hipertensão e até mesmo o diabetes.
Problema multifatorial
A endocrinologista Mariana Guerra explica como funciona a relação do tabagismo com o diabetes. “O diabetes tipo 2 é uma doença multifatorial, isto é, seu surgimento não ocorre por influência de apenas um fator”, explica a médica, acrescentando que o tabagismo está entre os fatores de risco importantes. Isoladamente, no entanto, ele não é capaz de provocar o diabetes.
Ainda assim, é preciso ficar atento. O consumo regular de cigarros pode fazer com que as células do corpo desenvolvam resistência à insulina. Junto com a obesidade e o sedentarismo, o tabagismo é um dos fatores de risco modificáveis, ou seja, que o indivíduo é capaz de eliminar por meio de mudanças no estilo de vida.
Os perigos do cigarro
O hábito de fumar representa um risco à saúde de todos, mas principalmente de quem já é diabético. O tabagismo pode aumentar os níveis glicêmicos, reduzir o fluxo sanguíneo para os pés e propiciar o chamado pé diabético, além de aumentar ainda mais as chances de danos nos rins e nos olhos e de ocorrência de um ataque cardíaco e de um acidente vascular cerebral.
“Existem também fatores de risco que chamamos de ‘não modificáveis’ pelo indivíduo, como o avançar da idade, a predisposição genética à resistência à insulina, histórico diabetes na gestação ou de síndrome dos ovários policísticos”, afirma Mariana.
Dra. Mariana Guerra é endocrinologista, formada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória e atua em Vitória (ES). CRM-ES: 7019