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O risco do sedentarismo durante a quarentena!

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19 de outubro de 2023

Com o processo de industrialização, alteramos drasticamente nosso estilo de vida. Aumentamos o consumo de alimentos ultra processados pela facilidade do fast food, carentes de aporte nutritivo, e tivemos uma brusca redução de atividades físicas. A realidade é que a maioria das pessoas anda de carro em vez de andar à pé, utilizam elevadores no lugar das escadas e permanecem sentadas  na maior parte de seu tempo, seja ele no trabalho ou livre para lazer. 

Evidente que, com este cenário, há um crescente número de pessoas que se tornaram sedentárias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo é considerado o quarto maior fator de risco de mortes no mundo. Inclusive, não é de hoje que diversos autores têm demonstrado uma associação entre sedentarismo e agravos cardiovasculares, cânceres, diabetes e prejuízos na saúde mental.

No Brasil, dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2017, apontam que somente 37% dos brasileiros residentes das capitais praticam atividade física pelo menos 150 minutos por semana, o recomendado pelas entidades de saúde mundialmente reconhecidas. Logo, três em cada 100 mortes registradas, em 2017, no país podem ter sido influenciadas pelo sedentarismo. 

A rápida e incontrolável disseminação do novo coronavírus pelo mundo, aliada à sua gravidade, fez com que, no dia 11 de março de 2020, o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) caracterizasse a situação como pandemia.

Diante das recomendações de isolamento social atualmente impostas em vários países, incentivar a manutenção de uma rotina de vida fisicamente ativa por parte da população como uma medida preventiva para a saúde é fundamental durante esse período de enfrentamento à disseminação do vírus. Entretanto, tem sido um imenso desafio, ainda mais quando se sabe que somente uma pequena parcela da população possui enraizado este hábito em seu cotidiano.

Em um período de reclusão domiciliar, a população tende a adotar uma rotina mais sedentária, seja sentado, assistindo à TV ou passando mais tempo em frente a dispositivos eletrônicos, com hábitos alimentares fortemente prejudicados. Já é comum entre conversas de amigos e familiares, bem como nas redes sociais, diversos comentários sobre o ganho de peso corporal durante esta quarentena.

Deixe a desculpa de lado e se movimente!


Praticar esportes, sejam de baixo ou de alto impacto, como vimos, é fundamental para o corpo e para a mente. Além de prevenir doenças, como a hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de cânceres, o exercício regular desencadeia uma série de efeitos benéficos ao corpo. 

Tem sido demonstrado que o risco de infecção do trato respiratório superior por coronavírus é potencialmente maior na presença de deficiência do sistema imunológico. Neste sentido, a prática de exercício físico como medida benéfica para a melhora da imunidade é fortemente evidenciada na literatura, ou seja, uma vida fisicamente ativa deve ser encarada como uma importante abordagem para o combate à COVID-19.

É importante destacar que o ambiente domiciliar e familiar também é propício para realização de atividade física. Desta forma, independentemente da faixa etária, recomenda-se à população alguns comportamentos e atitudes que ajudarão na manutenção da saúde física e mental e serão importantes para o enfrentamento deste momento de isolamento social, tais como: 

– Realizar atividades físicas que sejam prazerosas, explorando espaços domiciliares e utensílios disponíveis para se movimentar; 

– realizar atividades de vida diária como limpeza, manutenção e organização dos espaços domésticos;

– brincar e se exercitar com as crianças, adolescentes e animais de estimação, resgatando brincadeiras e jogos que promovem gasto energético superior à condição de repouso; 

– evitar o comportamento sedentário, intercalando o tempo sentado ou deitado com períodos de atividade física, reduzindo o tempo de uso de dispositivos eletrônicos; 

– reservar alguns minutos para atividades de alongamento, relaxamento e meditação.

Recentemente, o Colégio Americano de Medicina do Esporte divulgou um guia em que sugere que a atividade física de intensidade moderada deve ser mantida no período de quarentena, salientando a importância para a saúde de cada minuto fisicamente ativo. Experimente uma das possibilidades abaixo:

– Coloque algumas músicas e ande rapidamente pela casa ou suba e desça as escadas por 10-15 minutos, 2-3 vezes por dia;

– dance sua música favorita; 

– pule corda (se suas articulações puderem lidar com isso);

– use aparelhos para exercícios aeróbicos em casa, caso os tenham;

– faça agachamentos em uma cadeira firme;

– faça flexões.

O mais importante: Não sente o dia todo! Se estiver assistindo à TV, levante-se durante todos os comerciais (ou periodicamente) e dê uma volta em sua casa ou em uma tarefa ativa. 

Mantenha-se positivo. Fique ativo. Esteja seguro.

 

Referências Bibliográficas:

Kohl HM. Physical activity and cardiovascular disease: evidence for a dose response. Med Sci Sports Exerc 2001; 33:472-83.

Friedenreich CM. Physical activity and cancer prevention: from observational to intervention research. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2001; 10:287-301.

Hu FB, Leitzmann MF, Stampfer MJ, Colditz GA, Willett WC, Rimm EB. Physical activity and television watching in relation to risk for type 2 diabetes mellitus in men. Arch Intern Med 2001; 161:1542-8. 

American College of Sports. (ACSM). Staying active during the coronavirus pandemic. Acessado em 22.05. Disponível em: https://a.cpv.digital/exercise

Ferreira, Maycon Junior, Irigoyen, Maria Cláudia, Consolim-Colombo, Fernanda, Saraiva, José Francisco Kerr, & Angelis, Kátia De. (2020). Vida Fisicamente Ativa como Medida de Enfrentamento ao COVID-19. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Epub April 09, 2020.

Ministério da Saúde. Três em cada cem mortes no país podem ter influência do sedentarismo. Acessado em 22.05. Disponível em: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45341-tres-em-cada-cem-mortes-no-pais-podem-ter-influencia-do-sedentarismo

 

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